16º Livro Profético - Malaquias
Autor: Malaquias 1:1 aponta para Malaquias.
Data: 397 a 331 a.C (Bíblia em Ordem Cronológica)
Local: Jerusalém
Contemporâneos: Ele era contemporâneo de Neemias (comparar Ml 2:8 com Ne 13:29
e Ml 2:10-16 com Ne 13:23)
e de Esdras (comparar Ml 2:11 com Ed 9:1 e 2)
Alvo: Sacerdotes
Conteúdo: 4 capítulos e 55 versículos
"Porque eu,
o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Desde
os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes;
tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos
Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?" (Ml 3:6-7)
1 – Introdução
No livro do
profeta Malaquias um dos temas mais abordados é a honra
a Deus. O Senhor apresenta uma queixa grave contra
os sacerdotes por causa de seus serviços mal prestados na Casa de Deus.
O motivo é que os
sacerdotes colocavam diante do altar oferta fraudulenta: animais doentes, com
defeito e magros. Ou seja, a falta de excelência na oferta fica muito claro.
Além disso, o
comportamento dos sacerdotes não era carregado de santidade. Eles cometiam
adultério e profanavam o altar do Senhor com suas vidas manchadas pelo pecado.
A atitude deles deixou
o Senhor bastante irritado. Em conseqüência disso, Ele envia Malaquias para anunciar
um juízo sobre eles.
2 – Quem Foi Malaquias
O nome
do livro vem do hebraico mal’aki, que quer
dizer “meu mensageiro”, que aparece em 3:1 usada
para descrever a atribuição do profeta.
O Targum aramaico¹ sugere que
Malaquias é na verdade um pseudônimo para Esdras, enquanto outras tradições
conjecturam que esse nome não precisa ser, necessariamente, um pseudônimo para
Esdras, mas pode ter servido para qualquer judeu anônimo que viveu naquele
período após o cativeiro babilônico.
No entanto, apesar de não
sabermos muita coisa sobre quem foi Malaquias, as teorias que
tentam supor que seu nome não é um nome pessoal, são enfraquecidas pelo fato de
que em todos os outros livros proféticos um nome próprio sempre é mencionado.
A fim de
tentar trazer pelo menos alguma informação sobre a biografia de Malaquias, algumas tradições rabínicas
antigas sugerem que Malaquias provavelmente fosse da tribo de Zebulom, enquanto
outros, considerando o zelo com o culto a Deus que o profeta demonstra em seu
livro, sugerem que talvez ele tenha sido um levita.
Sabe-se muito pouco a
respeito desse profeta, pois o livro omite detalhes de sua vida e genealogia
tal como Obadias. A tradição judaica coloca Malaquias como membro da Grande
Sinagoga assim como Ageu e Zacarias. Este conselho foi o responsável por re-implantar
e reorganizar a vida social, cultural e religiosa de Israel no pós-exílio,
todavia, como nenhum
livro profético do Antigo Testamento chegou até você anônimo, por estas razões
sustentam que Malaquias era o seu verdadeiro nome, sendo ele o último profeta
de Israel.
3 – Contexto do Livro
Os judeus haviam
retornado do exílio, impulsionados por grandes esperanças. Instigados por Ageu
e Zacarias, haviam reconstruído o Templo original, mas com o passar dos anos o
primeiro entusiasmo do retorno havia passado, dando lugar á desilusão.
A vida estava difícil.
Estavam cercados por inimigos. Sofriam por causa da seca e das más colheitas.
Diante desse quadro começaram a duvidar do amor de Deus. Então Malaquias lhes
responde demonstrando que os seus questionamentos se baseavam na hipocrisia.
O profeta condena os
pecados do povo e os convoca ao arrependimento. Caso obedecessem aos
mandamentos do Senhor, o resultado seria as bênçãos de Deus.
Os judeus haviam voltado
do exílio, cheios de sonhos, esperança e projetos. Entretanto, se deparam com
uma terra hostil, em ruínas e inimigos externos e internos, que tudo lhes
faziam para impedir que prosperassem.
Quando o Senhor lhes fala
do Seu amor, eles replicam em tom de ironia: “É mesmo? Quando foi?” (Ed 4.
6,8; Ne 4. 6). A semelhança de Gideão eles perguntam: “Porque tudo isso nos sobreveio?” Eles importavam-se somente com os
bens materiais, em detrimento do espiritual. Por isso o Senhor os exorta a
levantar os olhos e a reconhecerem Seu cuidado e amor (Sl 73. 1-3,16-18; Hc 3. 17,18).
4 - Perversão do Sacerdócio
Levítico
O sistema sacrifical concedia aos sacerdotes excelente oportunidade de ensinar o plano da salvação aos transgressores. No entanto, os rituais celebrados pelos sacerdotes no santuário foram pervertidos. O sacrifício de animais tornou-se uma fonte de renda para eles. Alguns dos sacerdotes corruptos viram perfeitamente que quanto mais o povo pecasse e quanto mais trouxesse ofertas pelo pecado e ofensas, tanto maior porção lhes caberia, chegando ao ponto de animar o povo a pecar.
Está escrito acerca dos sacerdotes corruptos:
“Alimentam-se do pecado do Meu povo, e da maldade dele têm desejo ardente.”
Oséias 4:8. Afirma este
texto que os sacerdotes, ao invés de admoestar o povo e insistir em que
deixasse o pecado, tinham “desejo ardente” de sua maldade, e almejavam que
pecasse outra vez e voltasse com outra oferta pelo pecado.
Muitos dos sacerdotes possuíam um amargo
ressentimento contra os profetas. Eles odiavam os homens que eram enviados para
repreendê-los. Muitas das perseguições movidas contra os profetas no Antigo
Testamento foram chefiadas ou instigadas pelos sacerdotes. Os profetas foram
por eles perseguidos, torturados e mortos.
Os oponentes de Cristo eram sempre os
sacerdotes, os escribas e os fariseus. Quando o Senhor Jesus foi apresentado
perante Pilatos, foram os sacerdotes que O acusaram (Mc 15:3). Não se deve pensar, todavia, que todos os sacerdotes eram
ímpios. Muitos homens fiéis podiam ser contados entre eles.
De uma maneira solene os sacerdotes
impenitentes foram advertidos sobre o dia do julgamento por vir e para eles foi
endereçado o seguinte convite de Deus: “Tornai vós para Mim e Eu
tornarei para vós.” (Ml 3:7).
Ao
rejeitarem este afetuoso convite de Deus, eles selaram o seu destino. Mais
tarde, nas proximidades do fim do ministério terrestre de Cristo, os principais
sacerdotes ouviram do Mestre a parábola da vinha (Mt 21:33-46). Havendo retratado
ante os sacerdotes o seu ato final de impiedade, Cristo dirige-lhes a pergunta:
“Quando, pois, vier o Senhor da vinha, que fará àqueles
lavradores?” Os sacerdotes haviam acompanhado a narrativa de Jesus com
profundo interesse. Sem considerar a relação que havia do assunto para com eles
mesmos, a resposta deles foi a seguinte: “Fará perecer miseravelmente a
esses maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe
entreguem os frutos.” Inadvertidamente haviam eles pronunciado
sua própria condenação. Com a morte de Cristo o sacerdócio levítico foi extinto
e no ano 70 d.C. o Templo de Jerusalém foi destruído pelos romanos.
Desde
então Deus desejou atuar em cada indivíduo, transformando-o em um templo Seu,
no qual pudesse ser exercido um sacerdócio santo e aceitável:
“Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito
Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (I
Co 6:19)
“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (I Pd 2:5).
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (I Pd, 2:9).
“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (I Pd 2:5).
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (I Pd, 2:9).
5
- Malaquias Aponta
Diretamente para Cristo
No sentido de que por
mais que o povo estivesse desanimado, Deus enviaria o Messias para purificar
seu povo.
O profeta falou sobre a
obra de um mensageiro que seria precedido pelo profeta Elias (Ml 3:1,2; 4:5), e o Novo Testamento
revela que Jesus é esse mensageiro, bem como João Batista foi aquele que o precedeu, desempenhando seu
ministério no “espírito
e poder de Elias” (Mt 11:14;
17:10-12; Lc 1:17).
Malaquias também profetizou
que o culto a Deus se espalharia por todas as nações (Ml 1:11), uma profecia que começou a ser cumprida no ministério de
Jesus e de seus apóstolos, onde a salvação foi anunciada às nações gentílicas de uma forma sem precedentes através da pregação do Evangelho (At 10:9-48; Ef 2:11-13).
Tiago, em sua epístola,
fez referência sobre o chamado ao arrependimento do profeta Malaquias que
dizia: “tornai-vos mim, e eu me
tornarei a vós”; e o aplicou em sua exportação sobre a conduta dos
cristãos ao escrever: “chegai-vos a Deus, e Ele se
achegará a vós” (Tg 4:8; cf. Ml 3:7).
Assim, o grande objetivo da mensagem do profeta Malaquias foi convocar o povo ao
arrependimento, falando sobre a importância de uma fé renovada
no cumprimento da promessa sobre a vinda do Messias que julgaria ímpios e
justos.
6 - Conclusão
Depois
que o profeta Malaquias deixou esta esfera mortal por volta de 331 a.C, nenhuma
voz profética genuína foi ouvida novamente durante quase 400 anos. Conhecemos
esse período como o Período Intertestamental — o intervalo entre as dispensações do Antigo e do
Novo Testamento. Sem um profeta, o povo naquela terra começou a se dividir em
partidos e grupos, cada um exigindo o direito de interpretar as escrituras e de
liderar o povo. O verdadeiro conhecimento de YHWH diminuiu entre esses grupos.
Seguiu-se uma longa noite de confusão, que terminou quando Deus enviou um novo
profeta, João Batista, para iniciar uma nova dispensação.
Glossário: 1 -
Targum (do Hebraico תרגום , no plural targumim)
é o nome dado às traduções, paráfrases e comentários em aramaico da
Bíblia hebraica (Tanakh) escritas e compiladas em Israel e Babilônia, da
época do Segundo
Templo até o início da Idade Média,
utilizadas para facilitar o entendimento aos judeus que não falavam o hebraico como
língua mãe, e sim o aramaico. Os
dois targumim mais conhecidos são o Targum Onkelos sobre a Torá e o Targum Jonatã ben Uziel sobre
os Nevi'im(profetas)
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