4º Livro do Pentateuco - Números
Autor: Moisés
Data: Período entre
1461 a 1423 a.C (38 anos)
Local: Deserto de Parã
Alvo: Povo de Israel
Palavra-Chave:
Peregrinação
“O
SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o rosto sobre ti e
tenha misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o rosto e te dê a paz.”
(Nm, 6:24-26)
1 – Introdução
O livro de Números trata da fé que Deus requer do Seu
povo, dos castigos e juízos impostos contra a rebelião e como Ele cumpre
progressivamente os Seus propósitos.
Este livro também registra a peregrinação do povo
de Israel no deserto, é como se Moisés tivesse redigido um diário onde anotava os eventos
importantes (Nm. 33:2), o que torna o livro de Números um livro de registros, com certa
característica pessoal.
O
nome “Números” vem da tradução grega do Antigo Testamento referente ao
recenseamento do povo mencionado nos capítulos 1 e 26. O nome hebraico do livro
é “no deserto”, tirado do primeiro versículo.
Lendo-o
podemos observar que apresenta uma espécie de treinamento divino para que, um povo
formado por ex-escravos, se tornasse uma nação forte (Ex. 19), usando as dificuldades do deserto para que o
povo se habituasse às batalhas que enfrentariam na conquista da terra prometida
e se organizasse num exército ordenado e poderoso.
Além disso, o livro
narra à dura experiência de desobedecer às ordens do seu Redentor, servindo como
material didático às futuras gerações dos hebreus.
Números também destaca que, durante este treinamento, Deus foi o provedor fiel dos israelitas ao guiá-los pelo deserto como a coluna de nuvem e fogo, ao supri-los materialmente e protegê-los (10:11 – 14:45; 16 e 17; 20 a 25; 27:12-23; 31:1-33:49).
2 – Estrutura do Livro
O livro de Números pode ser dividido em três partes
principais.
· Na primeira que vai até o cap. 10:11, Deus prepara o
seu povo para herdar a Terra da Promessa. Aqui ocorre a contagem dos soldados
de vinte anos para cima e que podiam manusear a espada para a guerra,
totalizando 603.550 soldados; a organização do acampamento, dos levitas e a
santificação do povo.
· A segunda parte vai
até o cap 25. Nesta parte o povo perde sua herança em decorrência das
murmurações, rebelião e incredulidade.
· E a terceira e última parte abrange os capítulos 26-36 onde Deus prepara uma nova geração para possuir a Terra Prometida. Daquela geração de israelitas, só Josué, Calebe, a tribo de Levi e os jovens que tinham menos de 20 anos das demais tribos entraram na Terra da Promessa (Nm 14 e 32;11-12).
Esta narrativa da peregrinação pelo deserto também abrange três locais
distintos:
No Sinai – 1:1 a 12:16 – Desde o término do tabernáculo até o aparecimento da nuvem que os guiaria (tempo de 20 dias - versos 1:1 e 10:11)
Em Cades – 13:1 a 22:1 – Os 38 anos de peregrinação pelo deserto. Primeira geração de hebreus após o Êxodo que vai do Sinai a Cades (37 anos e 11 meses para ser mais exato)
Em Moabe – 22:2 a 36:13 – Os nove meses e 10 dias finais da peregrinação. Segunda geração pós-êxodo que vai das planícies de Cades às planícies de Moabe
Aqui está um gráfico completo do êxodo do povo de Israel do Egito à Canaã seguida do mapa:
1 – Ramessés - Israel foi tirada do Egito (Ex 12; Nm, 33:5)
2 – Sucote - Depois que os hebreus deixaram
esse primeiro acampamento, o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de
nuvem e de noite numa coluna de fogo (Ex
13:20-22)
3 - Pi-Hairote - Israel atravessou o mar vermelho (Ex 14; Nm 33:8)
4 – Mara - O Senhor fez com que as águas de
Mara se tornassem doces (Ex
15:23-26)
5 – Elim - Israel acampou ao lado de 12
fontes de água (Ex 15:27)
6 – Deserto de Sim - O senhor enviou maná e codornizes para
alimentar Israel (Ex
16)
7 – Refidim - Israel pelejou contra Amaleque (Ex 17:8-16)
8 – Monte Sinai (Monte Horebe ou Jebel
Musa) - O
Senhor revelou os Dez Mandamentos (Ex
19 e 20)
9 – Deserto do Sinai - Israel construiu o tabernáculo (Ex 25 a 30)
10 – Acampamentos no Deserto - Setenta anciãos foram chamados para
ajudar Moisés a governar o povo (Nm
11: 16-17)
11 – Eziom-Geber - Israel atravessou as terras de
Esaú e de Amom em paz (Dt 2)
12 – Cades-Barnéia - Moisés envia espiões para a
terra prometida; Israel rebelou-se e foi impedida de entrar na terra; Cades
serviu como o acampamento principal de Israel por muitos anos (Nm 13: 1-3, 17-33; 14; 32:8; Dt 2:14)
13 – Deserto Oriental - Israel evitou o conflito com Edom
e Moabe (Nm 20:14-21; 22:24)
14 – Ribeiro de Arnom - Israel destruiu os amorreus que
lutaram contra eles (Dt, 2:24-37)
15 - Monte Nebo - Moisés viu a terra prometida (Dt, 34:1-4). Moisés fez seus três últimos sermões (Dt 1-32)
16 – Campinas de Moabe - O Senhor disse a Israel que
fizesse a divisão da terra e que expulsasse os habitantes (Nm 33:50-56)
17 – Rio Jordão - Israel atravessa o Rio Jordão a
seco. Próximo a Gilgal, pedras tiradas do fundo do rio Jordão foram reunidas em
um memorial da divisão das águas do Jordão (Js 3-5)
18 – Jericó - Os filhos de Israel capturaram e
destruíram a cidade (Js
6)
3 –
Conteúdo e Propósito do Livro
De acordo com Êxodo 38:25-26, houve uma contagem anterior de todos
os homens com idade de 20 anos para cima, calculando-se o valor de meio ciclo a
ser pago por cabeça. Esta computação serviu para criar um imposto para o
santuário, que mais tarde ficou conhecido como tributo do templo. Era usado na
construção e reparação dos serviços religiosos (Mt 17:24-27)
Mas o recenseamento agora era para montar um
exército, e fora decretado e feito por Moisés, Arão e líderes das tribos.
O propósito do censo não era pra obter um total numérico, mas uma lista de homens que poderiam defender o país e exercer cargo de autoridade. Por isto, mulheres, crianças, idosos e deficientes físicos, não eram contadas, mas beneficiários de uma pensão em caso de morte ou invalidez do soldado da família.
3.1 - O Tabernáculo
Quando Moisés recebeu
os Dez Mandamentos no Monte Sinai, ele também recebeu especificações detalhadas
e instruções para a construção de um santuário que pudesse ser transportado chamado
de Tabernáculo, Tenda da Congregação, ou
Lugar da Presença de Deus.
O propósito desta
estrutura não usual era prover um local para que Deus habitasse no meio do seu
povo.
O Tabernáculo sempre
era colocado no centro do arraial de Israel, virado para o oriente.
A tribo de Levi foi designada para cuidar do Tabernáculo, e acampava ao redor dele. Moisés, Arão e os sacerdotes acampavam do lado oriental, próximo à entrada. As três famílias da tribo de Levi (Merari, Coate e Gérson) acampavam ao norte, sul e ao ocidente, respectivamente. As outras Doze Tribos agrupavam-se em quatro arraiais ao redor dos Levitas.
3.2 - Doze ou Treze Tribos
É importante perceber
que, na verdade, havia 13 tribos, não apenas 12. Isso pode parecer confuso para
os leitores iniciantes. Jacó teve doze filhos, cada um se tornou o fundador de
uma Tribo. Entretanto, José foi vendido como escravo e se tornou o governador
do Egito. Lá, José se casou com Azenate e teve dois filhos: Manassés e Efraim.
Quando Jacó foi abençoar seus filhos, na hora da morte, sua bênção foi
equivalente àquilo que Deus pretendia fazer no futuro a cada tribo e em
proporção àquilo que de antemão já havia profetizado (Gn 49).
Por isso, José recebeu
uma dupla porção da bênção, dando direitos aos seus dois filhos a parte na
herança. Por isso, seus filhos Efraim e Manassés viraram tribos distintas ao
invés de existir uma com o nome de José, como aconteceu com seus irmãos.
Como a tribo de Levi
foi separada para o serviço da Casa do Senhor, não era contada para guerra e
nem pra herança de terra, apesar de herdarem 48 cidades em toda extensão de
Israel em terras cedidas pelas demais tribos por ordem divina (Dt 18:1-8; Nm 18:21,23-24; 35:6; Dt
14:27–29)
Por isso, ao invés de
contar a tribo de Levi, contavam-se as duas tribos filhos de José.
3.3 – Entendendo a Bênção dos Filhos de Jacó (Gn 49, Dt
33: 6-29)
·
Rubem (Gn
49:3-4) "Rubem, você é meu primogênito, minha força, o primeiro sinal do
meu vigor, superior em honra, superior em poder. Turbulento
como as águas, já não será superior, porque você subiu à cama de seu pai, ao
meu leito, e o desonrou."
Rubem perdeu três
grandes importantes bênçãos:
1 - Perdeu a Primogenitura (Seus direitos naturais) - foi passado a José (o que equivalia a bênção dobrada)
2 - Perdeu a
Liderança Espiritual (Sacerdócio) - foi passado a Levi
3 - Perdeu os
direitos de ser chefe e representante das outras tribos (seus direitos reais) - foi
passado a Judá.
·
Simeão (Gn
49:5-7) Por causa do episódio em Siquém,
matando a todos os homens em vingança a Diná juntamente com Levi, essa bênção
apontava que eles perderiam a herança por terem agido de forma errada. Por isso,
a tribo de Simeão recebeu sua parte da herança dentro do território de Judá.
·
Levi (Dt
33:8-11) Enquanto a tribo de Levi não
recebeu herança própria, somente cidades espalhadas pela terra (Js 21:1-3). Porém, os levitas se opuseram à idolatria
do bezerro de ouro (Êx 32:26) e por isso foram
designados para o serviço sacerdotal do povo de Israel.
·
Judá (Gn 49:8-12) Aquele que vendeu José como escravo e que havia
procurado defraudar sua nora da sua herança, redimiu seu caráter se entregando
em lugar de Benjamin (44:33-34). Por isso, recebeu
a melhor das bênçãos: dele procederia à linhagem real de Israel "até que
venha Siló", por Siló geralmente se entende o Messias, pois a palavra significa
"aquele que traz a paz". O símbolo de Judá é o leão, dele descende o
rei Davi e sua linhagem até o Senhor Jesus (Ap 5:5).
·
Zebulom (Gn 49:13) Esta tribo era habilidosa no mar, e seus descendentes trabalhavam como
marinheiros mercadores.
·
Issacar (Gn 49:14-15) Essa tribo se localizou ao norte da terra de Canaã,
e eles se encarregavam de grande parte do trabalho servil da nação: eram os
"burros de carga"!
·
Dã (Gn
49:16-18) Produziu Sansão, que julgou
Israel por 20 anos (Jz 13:2-16:31). Mas, como
serpentes, introduziram a idolatria de maneira oficial em Israel (Jz 18:30-31) e por liderar na rebelião contra Deus
vai precisar da salvação do SENHOR. Ela é omitida da lista de tribos que darão
servos para pregarem durante a grande tribulação (Ap
7:5-8).
·
Gade (Gn
49:19) Se estabeleceu junto à fronteira
oriental, ao leste do rio Jordão, ficando na vanguarda e vulnerável aos ataques
dos inimigos vindos do oriente, precisando de guerreiros valentes para proteger
sua herança (1 Cr 5:18,12:8).
·
Aser (Gn 49:20) Recebeu o valioso litoral ao norte do monte Carmelo. Não forneceu nenhum
juiz ou herói para a nação, mas a profetisa Ana era desta tribo (Lc 2:36).
·
Naftali (Gn 49:21) Sua
herança foi um território muito fértil e de lindas paisagens, habitada nos
tempos do Senhor Jesus por muitos estrangeiros, por isso chamada Galileia dos
Gentios (Mt 4:15), onde Ele exerceu a maior parte
do Seu ministério, fazendo milagres e contando parábolas.
·
José (Gn
49:22-26) Entre seus descendentes estão
Josué (Js 1:10,11), Débora (Jz 4:4), e Samuel (1 Sm 1:1-3:19)
da tribo de Efraim, e Gideão (Jz 6:11,12) e
Jefté (Jz 11: 11), da tribo de Manassés. E
Jeroboão, que foi escolhido por Deus para reinar as 10 tribos de Israel (1 Rs 11:26-40).
·
Benjamim (Gn 49:27) Guerreiro: como um lobo faminto, vitorioso na guerra, mas também cruel (Jz 20). O rei Saul (l Sm 9:1-2)
e o apóstolo Paulo (Rm 11:1) eram ambos
benjamitas. A tribo de Benjamim sempre esteve junto à tribo de Judá, e
continuou junto quando o reino se dividiu.
4
- A Simbologia da Cruz no Tabernáculo de Moisés
4.1 – As Tribos
Não apenas a disposição das Tribos ao redor do Tabernáculo de Moisés
formavam uma enorme cruz para quem estivesse olhando de cima, como também os
utensílios do Tabernáculo estavam dispostos em formato de cruz.
- O
Leste sob a bandeira do Leão se posicionava as
tribos de Judá, Issacar e Zebulom (Nm 2:3-9). Esse exército era formado por 186.400
indivíduos e representava o maior dos agrupamentos.
- A
Oeste do Tabernáculo, sob a bandeira do Boi estavam
as tribos de Efraim, Manassés e Benjamim (Nm 2:18-24). Este era o menor grupo das tribos, abrangendo
108.100 pessoas.
- Ao
Norte, as tribos de Dã, Aser e Naftali acampavam
sob a bandeira da Águia (Nm 2:25-31). O total de pessoas desse acampamento era de
157.000 indivíduos.
- No
lado oposto do acampamento encontramos as tribos de Rúben,
Simeão e Gade, ao Sul do Tabernáculo, sob a bandeira do
Homem (Nm 2:10-16). A
quantidade de indivíduos neste acampamento era quase igual ao número de
pessoas do lado norte: 151.450.
É importante acrescentar que uma enciclopédia hebraica menciona que os
quatro rostos da visão de Ezequiel correspondem aos quatro símbolos encontrados
nas bandeiras sob os quais a nação de Israel acampava. Os quatro rostos
representavam um leão, um boi, uma águia e um homem – Ez 1:1-25 e Ap
4:5. Não admira as palavras de Paulo: “Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a
não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6:14).
4.2 – Os utensílios
Uma confirmação adicional do conceito da “cruz” pode ser vista na
disposição e na distribuição divina dos utensílios do Tabernáculo. Deus deu
instruções precisas de como posicionar os objetos, e vemos nessa disposição a
ordem divina.
Embora as Escrituras não declarem expressamente a posição de cada
utensílio, é possível perceber que se traçarmos uma linha reta entre a arca da
aliança, o altar de incenso, a pia de bronze e o altar de bronze, e outra linha
reta entre o candelabro de ouro e a mesa dos pães, teremos uma cruz. Assim, as
evidências indicam que os utensílios foram dispostos em forma de cruz.
5 – A Relação entre Jesus Cristo e o Tabernáculo
O Tabernáculo fora todo
planejado a fim de representar a salvação por meio de Jesus Cristo. Sempre que
o Tabernáculo era montado, a cada vez que o povo de Israel parava no deserto,
ele era organizado de dentro para fora, ou seja, a primeira parte a ser armada
era o Santo dos Santos, e assim por diante os elementos eram dispostos até
chegar ao átrio. Isso significa dizer que Deus inicia Seu tratamento espiritual
em nós a partir de dentro, daquilo que temos de mais interior: o espírito.
É interessante frisar
também que as divisões do Tabernáculo correspondem às partes referentes ao ser
humano, a saber: o corpo, a alma e o espírito.
Observando o gráfico
acima, percebemos que o pátio (A) era composto pela porta, o altar e a pia.
Essa relação significa que todo o Templo fora construído já se pensando na presença
do Senhor Jesus. Ou seja, a porta, local por onde temos acesso aos
lugares, inclusive no Templo, representa Jesus. “Eu sou a porta; se
alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo
10:9).
Isso significa que assim
como temos acesso ao Templo, entrando por uma porta, para termos acesso a Deus,
temos de entrar pela Porta chamada Jesus. Pelo mesmo gráfico, é possível
observar que da porta até o Santo Lugar (B), forma-se uma cruz (trajeto em
vermelho, da porta até o Altar de incenso) e, acima dela, onde está o Santo dos
Santos (C), encontra-se a Arca da Aliança (em amarelo), que simboliza a
presença de Deus.
A porta do Templo
simboliza Jesus Cristo e sacrifício. Por meio do Seu sacrifício de morte por
cruz, passamos a ter acesso não apenas no Santo Lugar, visto que o véu se
rasgou, mas à salvação. Porém, cada pessoa que decide entrar por esta Porta
(Jesus), deve realizar seu sacrifício diário para obter a salvação. Ou seja,
assim que entramos pela Porta, deixamos o mundo para trás e abandonamos nossas
próprias convicções, vontades e desejos carnais.
Dado este passo, vem o
segundo, que é o Altar (observe no gráfico, que é o primeiro lugar depois da
porta). Assim que entramos pela Porta, vamos de encontro ao Altar, onde temos a
oportunidade de morrer para o mundo, a fim de vivermos uma nova com Deus. No
altar havia o sacrifício de animais, que desprendiam um cheiro, que para Deus
era como o de incenso. Assim também acontece conosco quando sacrificamos nossa
vida no Altar. O cheiro que exala de nossa vida, a saber, o bom perfume que
passamos a ter após o encontro com Deus, O agrada sobremaneira. “Assim
queimarás todo o carneiro sobre o altar; é um holocausto para o Senhor, cheiro
suave; uma oferta queimada ao Senhor”. (Êx 29: 18)
Quando saímos dali,
encontramos a pia. Nela, após termos um verdadeiro encontro com Deus, o
primeiro desejo que nos vêm é o do batismo nas águas. Por meio dele,
consolidamos a nossa morte, para ressurgirmos lavados dos nossos pecados e
limpos de toda a impureza. “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo
na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória
do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida”. (Rm 6:4)
Perceba a importância da
organização interior do Tabernáculo. Todo ele foi pensado e construído com o
propósito da salvação através do Senhor Jesus. No pátio, por exemplo, (onde
fica o altar e a pia), não havia cobertura. Significa dizer que o cristão que
passa pela porta (Jesus), sacrifica suas vontades (no Altar) e em seguida se
batiza (na Pia), ainda permanece no pátio, ficando exposto a todos os tipos de
variações de clima e temperatura. Ou seja, por estar desprotegido, pode,
facilmente, receber trovoadas, chuvas e vendavais de problemas. Algo que todo
cristão tende a passar naturalmente, assim que aceita Jesus como seu único
Senhor e Salvador.
Então, após o cristão
passar por todas essas tribulações, ele entra no Santo Lugar, que representa a
nossa alma. Neste momento, o nascido de Deus busca obter uma aproximação maior
com o Criador. Assim, ele participa e come dos pães, que é a Palavra de Deus e
a representação do próprio Senhor Jesus, e se sacia do Espírito Santo, que está
tipificado na Menorah ou Candelabro (Zc 4:6). Desta forma, o cristão pode se considerar apto a
participar do Altar do Incenso, que nada mais é do que a oração.
Isso não quer dizer que
a pessoa que não possui o Espírito Santo esteja impedida de orar, mas significa
que é neste momento de aproximação e intimidade com Deus, representado no Santo
Lugar, que as orações do cristão são realizadas com verdade, sinceridade e pelo
Espírito Santo, haja vista ele não estar mais orando em favor de seus desejos
ou vontades carnais, mas segundo a vontade de Deus.
Note que existe uma
diferença muito grande entre as orações realizadas no pátio e no Santo Lugar.
Enquanto que no primeiro oramos sem entendimento e de acordo com nossas
vontades, no segundo, oramos com temor, reverência e desejando satisfazer os
desejos do coração do Pai.
Sendo assim, finalmente,
após o cristão passar por todo este caminho espiritual, chega o momento de ele
adentrar no Santíssimo Lugar ou no Santo dos Santos (C). Neste local, há
somente a Arca da Aliança, representando a Presença de Deus.
O que aprendemos com
isso, então, é que com o sacrifício de Jesus, podemos ter acesso a Ele, mas, se
nós também não sacrificarmos a nossa vida em prol da Sua, não conseguiremos
chegar até o Santíssimo Lugar e, tampouco, alcançaremos a salvação eterna.
Portanto, se almejamos
salvar a nossa alma, devemos observar o exemplo do Senhor Jesus para todos nós,
que foi e é o de sacrificar. Como podemos ver no gráfico, o sacrifício está na
porta nos dizendo que somente por este meio existe a possibilidade de chegarmos
até Deus.
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