4º Livro Profético - Daniel
Autor: O Livro de Daniel o identifica como o seu autor (Daniel 9:2; 10:2). Jesus menciona Daniel
como o autor também (Mateus 24:15).
Data:
Abrange
606 a 537 a.C da história
Local:
Babilônia
Conteúdo:
12 capítulos e 357 versículos
“Se o nosso Deus, a
quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e
das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus
deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste.” (Daniel 3:17-18)
1
– Introdução
O Livro de Daniel é
um livro do Antigo Testamento, cujo título é
derivado do nome do profeta. Nas
bíblias cristãs, como por exemplo, na Tradução Brasileira da Bíblia, vem depois do Livro de Ezequiel e antes
do Livro de Oseias. Alguns trechos são escritos em hebraico (1:1-2:3; 8:1-12:13) e
a maioria em aramaico (2:4 a 7:28), havendo
também as adições em grego
(versículos 24 a 90 do cap. 3 e caps.
13 e 14) não encontradas na versão da
Bíblia proposta por Lutero, ou seja, são partes acrescentadas pela igreja
católica e tido como apócrifos.
Sendo o quarto livro dos Profetas
Maiores no Antigo
Testamento, caracteriza-se por cores vivas de simbolismo e reflete
eventos históricos heróicos durante o exílio babilônico do povo judeu.
Por não ser um livro fácil de entender, a sua interpretação
requer um estudo cuidadoso e de reflexão. O próprio Daniel escreveu, ao
refletir sobre o significado de uma de suas visões “Mas
eu estava chocado com a visão e não entendia” (Dn 8:27).
2
- Estrutura e Conteúdo do Livro
A tradução grega do Antigo Testamento conhecida
como Septuaginta ou a Versão dos Setenta coloca o livro de Daniel entre os
“profetas maiores”, em continuação a Ezequiel. Por sua vez, a Bíblia Hebraica o
situa entre os Escritos (ketubim), isto é, no grupo de textos que constituem a
terceira parte do cânon. Essa localização é muito significativa, dadas as
importantes características que diferem Daniel dos demais Profetas (nebiim), e permitem considerá-lo, com toda propriedade, como um
livro pertencente à chamada “literatura apocalíptica”, ou simplesmente uma
literatura histórica para os judeus.
O livro de Daniel é formado por duas partes:
uma, pelos caps. 1-6, e a outra, pelos caps. 7-12.
A primeira parte é essencialmente uma narrativa
histórica dos judeus na Babilônia. A fim de demonstrar que a sabedoria e o
poder de Deus estão infinitamente acima de toda possibilidade e compreensão
humana.
A segunda parte (caps. 7—12) contém uma série de visões simbólicas com
uma linguagem apocalíptica.
ESTRUTURA LITERÁRIA DO LIVRO
|
SEÇÃO HISTÓRICA
|
CAPÍTULOS
|
HISTÓRIA
|
DATA
|
Capítulo 1
|
Daniel e seus amigos a serviço de Nabucodonozor
|
605 a.C
|
Capitulo 2
|
O sonho da estátua
|
604 a.C
|
Capitulo 3
|
A fornalha de fogo ardente
|
580 a.C
|
Capitulo 4
|
A loucura de Nabucodonozor
|
569 a 562 a.C
|
Capitulo 5
|
A festa de Belsazar
|
539 a.C
|
Capitulo 6
|
Daniel na cova dos leões
|
537 a.C
|
SEÇÃO PROFÉTICA
|
CAPITULOS
|
HISTÓRIA
|
DATA
|
Capitulo 7
|
As quatro feras
|
550 a.C
|
Capitulo 8
|
O bode e o carneiro
|
548 a.C
|
Capitulo 9
|
As setenta semanas
|
539 a.C
|
Capitulo 10 a 12
|
Tempo da cólera e
Tempo do fim, além das disputas do "Rei do Norte" com o "Rei
do Sul"
|
537 a.C
|
3
– Contexto Histórico do Livro
O livro de Daniel
começa o seu relato dizendo que o rei de Judá era Jeoaquim, filho do antigo
rei/reformador Josias. Josias foi morto na batalha contra os egípcios em Megido
(2 Cr 35:20-27; 2 Rs
23:28-30), sendo substituído
por seu segundo filho, Jeoacaz, que governou só três meses (2 Rs, 23:31-34; 2 Cr 35:1-8).
O rei do Egito, que na ida para a guerra contra
os povos do Eufrates matara Josias, na volta manda prender Jeoacaz e o depõe,
substituindo-o por seu irmão Eliaquim, a quem mudou o nome para Jeoaquim.
Jeoaquim esperando
receber apoio dos egípcios se rebela contra os babilônicos, não pagando tributo
ao rei Nabucodonosor. “É
provável que ele esperasse a ajuda do Egito, mas isso não aconteceu (2 Rs
24.7)”. Jeoaquim morre
antes da chegada dos exércitos de Nabucodonosor, sendo substituído por seu
filho Joaquim que é levado cativo para a Babilônia, junto com pessoas da
realeza e tesouros reais.
Nesse período
Daniel já estava na Babilônia. Ele foi levado em um primeiro cerco a Jerusalém
por volta do ano 605 a.C.
Nabucodonosor
fez três incursões sobre Jerusalém:
·
Em 606 a.C., levou os
nobres (dentre eles Daniel) e os vasos do templo.
·
Em 597 a.C., levou
sacerdotes, dentre eles Ezequiel, ferreiros e ourives
·
Em 586 a.C., após
dezoito meses de sítio, os exércitos do rei da Babilônia saquearam a cidade de
Jerusalém. Dessa vez, levou os artesãos e comerciantes que lhes interessava. Os
demais ficaram na cidade, mesmo esta estando destruída.
Depois que Joaquim
é deposto, o rei Nabucodonosor coloca como rei de Jerusalém Zedequias, irmão de
Jeoaquim. Que reinou por 11 anos até se rebelar contra a soberania babilônica
em 587 a.C., depois de aproximadamente 2 anos de cerco, Jerusalém é destruída e
o seu povo é levado cativo para a Babilônia.
Já na Babilônia
segue-se o reinado de Nabucodonosor que aparece até o capítulo 4 do livro.
Entre o reinado de
Nabucodonosor e Belsazar (cap.
5) outros três reis
reinam na Babilônia, mas não são descritos no livro de Daniel. Estes são os reis
segundo a história da Babilônia encontrada no Museu Britânico.
REIS DA BABILÔNIA
|
DATA
|
TEMPO DE REINADO
|
Nabopolasar (Nabopolassar)
|
625 a 605 a.C
|
21 anos
|
Nabucodonozor
|
604 a 562 a.C
|
42 anos
|
Evil-Merodaque (Amel-Marduk)
|
562 a 560 a.C
|
2 anos
|
Nebuzaradã (Neriglissar)
|
559 a 556 a.C
|
4 anos
|
Labashi-Marduk
|
556 a.C
|
9 meses
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Nabonido / Belsazar
|
555 a 539 a.C
|
17 anos
|
Ciro II (regência de Dario)
|
539 a.C
|
Conquistou a Babilônia
|
DECRETO DE CIRO
|
536 a.C
|
LIBERTAÇÂO DOS JUDEUS
|
“Amel-Marduk
(562-560), filho de Nabucodonosor (conhecido como Evil-Merodaque em 2 Rs 25.27-30), Neriglissar (559-556) e o seu
inapto filho, Labashi-Marduk (556)”. Depois de Belsazar que assume o trono é
Dario, o medo, como regente do Grande Ciro (o persa) em 539 a.C (5.31).
Babilônia tornou-se império em 609 a.C
4
- Quem foi Dario, o Medo
No Antigo
Testamento, há menção de um Dario do qual não podemos associar com a pessoa do
famoso Dario I (conhecido como Dario, o Grande)
O Dario da
bíblia, o medo, viveu no tempo de Daniel e recebeu o Império Neobabilônio, após a morte de Belsazar, das mãos de Ciro II.
Ele era tio de “Ciro, o grande” e casou sua
filha com ele. Por não ter filhos homens, entregou a Média para Ciro, e teria
recebido a Babilônia como satrapia, aos sessenta e dois anos de idade.
A Babilônia Foi dividia em 120 satrapias, e colocou, sobre
estes sátrapas, três governadores, um dos quais era o profeta Daniel,
tornando-se
amigo de Daniel (cap 6)
O nome Assuero (ou Xerxes I), a quem a bíblia refere-se como
seu pai, também não é o Assuero que se casou com a rainha Ester.
O nome Assuero, é uma palavra persa e
significa Majestade, sendo um título genérico, e é usada na
Escritura para, pelo menos, quatro pessoas diferentes. A sujestão do nome do
pai é que Dario seria descendente das casas reais tanto da Média quanto da
Pérsia.
Já o nome do
Assuero do livro de Ester, na verdade era Jshāyār Shah, também conhecido como Xerxes rei da
Pérsia, que reinou 485 a 464 a.C.
(aqui está a confusão de alguns
teólogos acharem que a rainha Ester viveu antes do período exílico, pois
confundindo os nomes, acreditam que o Dario regente da Babilônia, teria sido
filho de Assuero, que casou-se com Ester)
5
– Quem foi “Ciro, o Grande”
Ciro nasceu para reinar, escolhido e ungido de Deus, para
cumprir planos do Senhor (Isaías 45)
Após a morte de seu pai, em 559 a.C., Ciro tornou-se rei de Anxam (antiga cidade persa, capital do reino de
Elam)
Ciro
foi um príncipe persa com ascendência na casa real dos medos, até então
o povo dominante do Planalto Iraniano. A versão da história do nascimento de
Ciro, segundo Heródoto, consta que
o rei medo Astiages, seu avô, teve um sonho em que uma videira crescia
das costas de sua filha Mandame, mãe de Ciro, lançando gavinhas que envolviam
toda a Ásia. Sacerdotes lhe advertiram que a videira era seu neto Ciro (cujo nome
persa era Curus), e que ele tomaria o lugar do velho reino da Média no
mundo. Então o rei medo mandou seu mordomo que o matasse nas montanhas. O
mordomo, chamado Harpago, se comoveu com a beleza da criança e o entregou aos
cuidados de um pastor. Ao descobrir a traição, Astíages esquartejou o filho de
Harpago, e o serviu em um jantar para o mordomo, que apenas soube o que estava
comendo quando levaram a última travessa à mesa: a cabeça de seu filho.
Ciro finalmente se
tornou rei dos persas entre 559 a 530 a.C, sendo o criador do maior império até
então visto na história, e autor do decreto de libertação dos judeus da
Babilônia (Esdras 1).
6 – O Sonho
de Nabucodonozor e as Visões de Daniel
Daniel 2
– Em seu sonho, o próprio rei
estava testemunhando o poder de Deus em cada detalhe do que havia sonhado.
·
Cabeça de Ouro (versos
37-38) - Babilônia foi muito bem simbolizada pelo ouro. Sua principal
divindade era Bel-Marduque, uma imagem de ouro.Contudo, o império babilônico
não duraria para sempre. Passariam 70 anos, de 609 a.C a 539 a.C, e ele seria
derrotado por outro poder, simbolizado pelo peito e braços de prata.
·
Peito e Braços de Prata (verso 39a e 5:28) - Como a prata é
inferior ao ouro, o reino que seguiu Babilônia era inferior em riqueza, luxo e
ostentação. Mas como o peito e braços são maiores que a cabeça, esse
império que sucedeu o domínio mundial foi maior, em extensão. Como havia dois
braços na estátua, ele foi um reino composto de dois aliados – os medos e os
persas – que conquistaram Babilônia em 539 a.C. Ciro, general que comandou os
exércitos medo e persa, estava predito, pelo nome 150 anos antes, em Isaías 44:28 e 45:1. O império medo-persa
governou o mundo até 331 a.C.
·
Ventre
de Bronze (verso 39b) - O
ventre de bronze da estátua representava o domínio da Grécia. Alexandre o
Grande, rei da Grécia (Daniel 8:21), aos 33 anos de idade, liderou os gregos para conquistar os
medos e os persas na “Batalha de Arbela”, em 331 a.C.O império grego permaneceu
até 168 a.C. Os soldados gregos se distinguiam por sua armadura de bronze. Seus
capacetes, escudos e machados eram de bronze. Heródoto nos diz que Psamético I
do Egito viu nos piratas gregos que invadiam suas costas o cumprimento de um
oráculo que predizia a “homens de bronze que saem do mar”. Pernas de Ferro (verso 40) - O
reino que seguiu a Grécia foi o poder na forma de ferro de Roma, o qual dominou
o mundo desde 168 a.C. As pernas são a maior parte do corpo, assim como também
foi o império de Roma, o maior de todos, e que mais tarde também foi
sub-dividido em 2 (duas pernas), sendo o império ocidental e oriental. Roma
também era conhecida por ser violento, intolerante, e por seu poder bélico nas
armas de ferro, e também pela alta capacidade em mineração, em sua maior parte,
do minério de ferro. Na descrição desse quarto poder, estava previsto que ele
se levantaria “contra Jesus Cristo, o Príncipe dos príncipes.” Daniel 8:25. A
autoridade romana durou até o quinto século da nossa era, quando as tribos
bárbaras provenientes do norte invadiram a Europa.
·
Pés e
Dedos de Barro e Ferro (versos 41-42) - A
divisão do império romano pelos bárbaros ocorreu em 476 d.C. Roma foi dividida
em dez estados separados, distintos – a exata quantia dos dedos dos pés da
estátua. Essas divisões foram: os francos, que vieram a ser (formar) a França;
os anglo-saxões, que vieram a ser (formar) a Inglaterra e conseqüentemente os
EUA; Os germanos, que se tornaram a Alemanha; os suevos, mais tarde Portugal;
os visigodos, que formaram a Suíça; os lombardos, que são do norte
da Itália e os vândalos, hérulos e ostrogodos que, mais tarde, conforme a
predição profética de Daniel 7:8 e 24, foram totalmente destruídos.
6.1 - O que significa essa
Pedra, qual a sua Simbologia?
Existem
alguns detalhes muito importantes descritos na profecia de Daniel capítulo 2
que devemos dar atenção:
SOBRE A PEDRA
|
SOBRE O REINO
|
1
|
“Uma pedra”
|
1
|
Não faz parte da estátua, é um
corpo estranho
|
2
|
“Soltou-se” (Mt 24:30)
|
2
|
Vem do céu
|
3
|
“Sem auxílio de mãos”
|
3
|
Não existe interferência humana em
seu estabelecimento.
|
4
|
“Esmigalhou”
|
4
|
Destruição total.
|
5
|
“Encheu toda terra”
|
5
|
Será mundial
|
6
|
“Estabelecerá um reino que jamais
será destruído”
|
6
|
Será eterno.
|
Basta compararmos texto com texto (Isaías 28:10), sem
esquecer o contexto em que tudo foi escrito. Assim, vejamos quem ela diz ser a
Pedra: Em outras palavras, a Pedra que vem do Céu representa Jesus voltando à
Terra, para estabelecer um reino eterno. Isso faz muito sentido quando nos
lembramos da Sua promessa:
Em Daniel 2 descobrimos que estamos
vivendo na época dos “dedos da estátua.” Vivemos no fim da história dos
impérios e quase no início de um novo tempo. Em Apocalipse
13:1, é retratada uma “besta de 7 cabeças e 10 chifres que tinham diademas em cada um e
sobre suas cabeças nomes de blasfêmia”. Ou
seja, podemos entender que ainda haverá uma tentativa de criação de 10 reinos
ou 10 nações líderes mundiais que são oriundas ou descendentes das 7 cabeças,
ou reinos mundiais antigos.
Mas, como bem sabemos, a
profecia de Daniel diz que o ferro e barro não se misturam e não permanecem
unidos, Então, esses futuros reinos também não subsistirão. Esses 10 reinos
serão formados politicamente, comercialmente e talvez até religiosamente entre
centenas de nações, fortes e fracas (assim como o ferro é forte e o barro é
fraco), e estes reinos surgirão na grande tribulação dos últimos dias, antes da
volta de Jesus Cristo.
A Pedra que Daniel viu atingirá
as nações e encherá todo o planeta estabelecendo um novo e último império
mundial, eterno, glorioso, perfeito. Uma simbologia da volta gloriosa de Cristo
nos ares com Seu exército para guerrear a favor de Israel na batalha do
Armagedom.
7 – As Setenta Semanas de Daniel
Bom, para compreendermos a profecia das 70 semanas determinadas sobre Jerusalém e
os judeus, necessitamos,
primeiramente entender e levar em conta tudo, o que diz a Lei sobre eles; e também atentar à
época e a condição que Jerusalém se encontrava quando esta profecia lhe fora
promulgada: pois estava destruída, e com inúmeros judeus mortos, outros tantos
dispersos em vários países e ainda outros cativos na Babilônia, expulsos da
terra de Israel.
Foi nesta condição: de
estar Jerusalém destruída (e também rejeitada) é que Deus lhe determinou estas 70 semanas de anos sobre
a cidade santa.
Devido à desobediência e
rebeldia dos filhos de Israel, suas doze tribos que formavam um único reino,
foram divididas em dois:
·
Reino de Israel, a norte (englobando dez tribos) e
·
Reino de Judá, ao sul (com duas tribos), e apenas o reino do
sul (Judá) era governado por descendentes de Davi.
O Reino do Norte (Israel) devido a seu pecado é desapossado da terra (a
mando do Senhor) pelos reis da Assíria, e transportado a outras nações. (II Rs. 17:17-18 - II Rs. 17:23-24)
Já o reino de Judá (também por pecado e rebeldia) é rejeitado, e Jerusalém
e o Templo são destruídos. (II Rs. 23:27), e milhares de judeus
caíram pela espada e pela fome, outros tantos são levados cativos à Babilônia,
ficando na cidade, destruída, somente os mais pobres entre o povo. (II Reis 25:12; II Reis 25:11 - Jer.
52:26-30)
"E queimou-se a casa do SENHOR e a casa do rei, como também
todas as casas de Jerusalém, e todas as casas dos grandes queimaram. E todo o
exército dos caldeus, que estava com o capitão da guarda, derrubou os muros em redor
de Jerusalém." (II Rs. 25:9-10)
Segundo a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, esse cativeiro
perduraria na Babilônia por 70 anos (Jr
25:11, 29:10). Essa contagem dos 70 anos (de cativeiro) só começaria a contar depois da
completa destruição de Jerusalém pelos caldeus, fato ocorrido no ano 19º de Nabucodonosor,
rei da Babilônia – 586 a.C e terminaria com a reconstrução do templo em 516
a.C.
Passados os 70 anos, a Babilônia é conquistada por Medos e Persas, então,
o rei da Pérsia, Ciro (no seu 1º ano de reinado – 537 a.C) lança um decreto,
por ordenação
Divina, convocando aos judeus ao retorno à pátria, e à
Jerusalém, a fim de se edificarem o Templo do Senhor e a cidade. (Esd.
1:1-3)
Na época em que Ciro faz o decreto para reconstruir o templo em Jerusalém (Ed 5:13), é que, Daniel suplica a Deus pelos pecados de seu povo e
pela desolação de Jerusalém (Dan. 9:1-23); e o Senhor lhe responde
com esta profecia por meio de um anjo estabelecendo-nos: as 70 semanas
determinadas sobre Jerusalém e os judeus: Daniel
9:24.
Para entender melhor, precisamos
saber que os 70 anos de cativeiro não são contadas às “70 semanas” da visão de
Daniel.
Lembrando que dia cada
corresponderá a um ano, e que cada semana corresponderá a 7 anos. Então:
·
7 semanas (49 anos) - pra se restaurar e edificar a cidade e o Templo de Jerusalém.
·
62 semanas (434 anos) - até o Messias, o Príncipe (9:25)
·
Após as 62 semanas - o Messias é cortado (morto) ( 9:24,25 e 27)
·
Depois da destruição do templo
e da cidade de Jerusalém, em 70 d.C, iria se passar algum tempo (indeterminado) e outro “rei” se levantaria trazendo paz entre as nações e aliança com
Israel, que duraria 1 semana (7 anos), mas na metade deste tempo (3 anos e
meio), este “rei” faria uma grande abominação no novo templo que faria Israel
quebrar a aliança feita com este “rei”.
O espaço existente entre as
semanas 69 e 70 (tempo indeterminado), seria ocupado pela “Era da Igreja”. No
entanto, durante este tempo Deus também tem tratado com o povo judeu e com
Israel como nação.e essa evidências são notórias em nossa época.
Alguém que odiava os judeus perguntou a
um velho judeu:
"O que você pensa que
acontecerá com o seu povo se nós continuarmos perseguindo vocês"? O judeu
respondeu: "Haverá um novo feriado para nós!" "O que você quer
dizer com isso?", perguntou o outro, "como vocês podem ter um novo
feriado se continuarmos perseguindo vocês?" O velho judeu disse:
"Veja bem, Faraó quis nos exterminar – e nós recebemos um feriado: a Páscoa! Hamã
quis enforcar Mordecai e exterminar todos os judeus – e nós recebemos um novo
feriado: Purim! Antiôco, o rei da Síria, quis exterminar os
judeus. Ele ofereceu um porco ao deus Júpiter no templo – e Israel recebeu
outro feriado: Hanucah! Hitler quis nos exterminar – e nós
recebemos mais um feriado: Yom Ha’atzmaut, o Dia da Independência!
Os jordanianos ocuparam Jerusalém Oriental durante 19 anos, impedindo-nos de
orar no Muro das Lamentações, até que, no ano de 1967, nossos soldados
libertaram Jerusalém Oriental. Desde então festejamos anualmente o Yom
Yerushalaym, o Dia de Jerusalém! E caso continuarem nos perseguindo,
receberemos mais feriados da parte de Deus!"
Então por que 70 anos de cativeiro?
Tratava-se de uma disciplina da
parte de Deus para com Israel pela quebra deliberada dos preceitos divinos prescritos
em (Lv
25.3-5; 26.14,33-35; 2 Cr 36.21).
O cativeiro de Judá foi, em
grande parte, fruto da desobediência dos judeus quanto às palavras do Senhor,
nos textos acima mencionados e vemos nas passagens de Levítico, acima, que Deus
determinou a observância de um ano sabático, ou ano de descanso, quando a terra
descansava um ano, o que devia ser observado a cada 7 anos.
Ora, durante os quase 490 anos
que vão do inicio da monarquia de Israel ao seu cativeiro eles não cumpriram
este preceito do Senhor. Então Deus mesmo fez a terra repousar, mantendo seus
maus “inquilinos” fora, por 70 anos. Portanto, 70 anos é o total de anos sabáticos
ocorridos no espaço de 490 anos. Deus sabe muito bem lidar com pessoas e nações
que quebram as suas leis, mesmo as civis, como esta que acabamos de mencionar.
Partindo do inicio do reinado de
Saul, 1065 a.C. até a data do cativeiro, 586 a.C. dá em torno de 490 anos,
aproximadamente, já que não sabemos quando o povo deixou de guardar os sábados.
Então, as causas do exílio, foram:
·
A
quebra da aliança estabelecida entre Deus e o povo (Jr 11:3-5,8; Jr 2:13; Jr 2:5,11; Jr 17:5,7,10)
·
Injustiças
Sociais e Governos opressores (Jr 21:12; 22:13 e 17; Jr 5:28; Jr 22:3-5; Jr 34:14-17)
·
Falsos
Profetas e Sacerdotes corruptos (Jr 7:12-15; Jr 7:9-10)
Tendo em vista que a bíblia nos mostra
que Deus usa o fogo para purificação, eis o motivo pela qual Jerusalém e o
templo foram destruídos e totalmente queimados (Ml 3:2-3; Zc 13:9).
8 - Conclusão
Como temos visto, atualmente há várias nações estão querendo se
unir para derrotarem uma “pseudo crise” (que nunca acaba), e já existem blocos
econômicos fechados que logo estarão contemplando o planeta inteiro, a nação
que não aderir, terá terríveis conseqüências.
Estamos vivendo os dias dos “dedos da estátua”, logo virá o
grande dia da Pedra cortada sem auxílio de mãos, que é Jesus. Esse dia em que
Jesus Cristo voltará está próximo, agora a grande pergunta que fica é: Você está preparado (a)?
Glossário:
Aramaico – Durante o século
XII a.C.,
os arameus, os originais
falantes do aramaico, começaram a se estabelecer em grande número nas regiões
onde atualmente situam-se a Síria, o Iraque e a Turquia oriental.
Adquirindo importância, passou a ser falado por toda a costa Mediterrânea do Levante. A partir do século VII, o aramaico, que era
utilizado como língua franca no Oriente Médio foi substituído
pela Língua
árabe.
O
aramaico utilizado por Daniel corresponde justamente àquele utilizado em meados
no 6º século a.C. nas cortes reais.
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