14º Livro Profético - Ageu
Data: 521 a.C
Autor: Ageu
Local: Jerusalém após o retorno do exílio
Alvo: Reanimar o povo e os líderes judeus
Contemporâneos: Esdras e Zacarias
Palavra-Chave: Reconstrução
Conteúdo: 2 capítulos e 38 versiculos
"A glória
deste novo templo será maior do que a do antigo", diz o Senhor dos
Exércitos. "E neste lugar estabelecerei a paz", declara o Senhor dos
Exército. (Ageu 2:9)
1 –
Introdução
Escrito entre o final
de agosto e meados de dezembro de 521 a.C, cerca de 17 anos depois
do retorno dos judeus do exílio, quando ainda não se completara a construção
do Templo. O profeta Ageu, indicava que o povo
estava se preocupando com as próprias vidas e esquecendo-se do principal - a
casa de Deus. Este livro frisa a importância nas obras de Deus e que Ele deve
estar sempre em primeiro lugar, na vida e nas obras das pessoas.
2
- Contexto Histórico
Por causa da persistência
dos judeus em práticas que Deus aborrece principalmente a idolatria, a nação de
Judá foi castigada severamente. O majestoso templo de Salomão e o resto da
cidade de Jerusalém foram destruídos, e os sobreviventes da guerra contra a
Babilônia foram levados ao cativeiro. Depois de 70 anos de submissão à
Babilônia, os judeus receberam sua liberdade de volta quando os medos-persas derrotaram
o império babilônico. Com a permissão dos persas, quase 50.000 judeus voltaram
para Jerusalém com a intenção de reconstruir a cidade e o templo.
Conforme os registros do
escriba Esdras, os inimigos dos judeus conseguiram embargar as obras. Durante
uns 15 anos, o trabalho ficou parado. Ageu e Zacarias foram usados por Deus
para repreender o povo e animá-lo a retomar as obras de construção do templo (Esdras 5:1-2). Em poucas semanas, fizeram o que não haviam conseguido
fazer em mais de 15 anos!
Os dois capítulos do
livro de Ageu apresentam a história em seqüência cronológica, identificando as
datas conforme o reinado de Dario na Pérsia.
Capítulo 1 - corresponde ao sexto mês
do reinado de Dario, e inclui a primeira mensagem de Ageu, na qual Deus
repreendeu a inatividade dos judeus e mandou que voltassem ao trabalho do
templo, e a reação positiva do povo em recomeçar as obras da edificação do
templo.
Capítulo 2 - apresenta mais três
mensagens divinas, dadas nos meses 7 e 9 do mesmo ano. Estas mensagens mostram
que a glória não estava na estrutura física e sim na presença de Deus com os
fieis. Mesmo se a volta das bênçãos demorasse, Deus estava observando com bons
olhos o trabalho dos seus servos.
Aproveitamos de Ageu algumas lições importantes:
1) Prioridades. Ageu não falou nada
sobre os processos legais dos inimigos que conseguiram embargar as obras. Por
crer que Deus é maior do que qualquer poder humano, ele entendeu que o problema
não estava nestes processos, e sim na negligência dos próprios judeus.
2) A verdadeira glória do
templo. O segundo templo era bem mais simples do que o primeiro. Os idosos que se
lembraram do primeiro (destruído 66 anos antes) ficaram decepcionados. Deus
lhes assegurou que a quantidade de ouro e prata não tinha importância, pois a
verdadeira glória do templo estava na presença de Deus.
3) O processo de
purificação é difícil. Depois de décadas de negligência, alguns esperavam
respostas imediatas aos seus problemas. Achavam que Deus cuidaria dos seus
servos dando abundância imediata. Deus disse que não! Ele prometeu bênçãos, mas
somente depois de serem santificados.
4) Deus protege os fieis
e castiga seus inimigos. Ele prometeu habitar com Israel e abalar as nações pagãs
que ameaçavam seu povo.
Ageu é um livro prático e impressionante. Menos de quatro meses depois de
esse profeta começar o seu trabalho, o alicerce do templo já foi colocado e o
trabalho continuava. Ageu fez sua parte na declaração da mensagem divina, e o
povo fez sua parte sendo obediente à palavra pregada.
3
– O Profeta Ageu
Não há qualquer
referência sobre quem foi Ageu além
do que é revelado em seu livro no Antigo Testamento. A única menção sobre
Ageu em algum outro livro da Bíblia ocorre no livro de (Esdras 5:1;
6:14), onde ele é citado ao lado do profeta Zacarias como alguém que profetizou em nome do
Deus de Israel aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém.
O nome Ageu significa “festivo” ou “festival”, no hebraico. É possível
que este nome tenha lhe sido dado por ele ter nascido em algum dia importante das festas judaicas. Se for assim, isto também pode implicar que seus pais eram
religiosos.
É muito provável que o profeta Ageu tenha
nascido ainda na Babilônia, e tenha ido para Jerusalém após o
decreto de 539 a.C. emitido por Ciro, rei da Pérsia, o qual permitiu que os
judeus retornassem à sua terra natal (2 Cr
36:22,23; Ed 1:1-4).
Como o profeta Ageu não é citado antes
de aproximadamente 521 a.C., alguns sugerem que ele ainda era criança na época
do decreto, e que tenha retornado do exílio com seus pais. Outros também
apontam para a possibilidade do profeta Ageu ter retornado juntamente com um
novo grupo de exilados mais ou menos nessa mesma data, porém neste caso talvez
já fosse um jovem ou adulto.
4 – As
Profecias
As profecias de Ageu podem ser organizadas em quatro mensagens:
·
Ele
chamou o povo para reconstruir o Templo, mostrando a importância de abandonarem
a negligência em que estavam (Ag 1:1-15).
·
O
profeta Ageu falou sobre as bênçãos de Deus que seriam derramadas, e o
potencial de uma glória maior que haveria no novo Templo (Ag 2:1-9).
·
O
profeta Ageu ressaltou as bênçãos futuras de Deus para um povo que havia se
corrompido (Ag
2:10-19).
·
Ageu
também profetizou sobre a promessa de Deus acerca da vitória de seu povo sobre
as nações. Na ocasião, Zorobabel, neto do rei Jeoaquim, era o representante da
casa de Davi.
5 –
Curiosidades sobre o Livro
ZOROBABEL
Zorobabel, filho de
Salatiel era herdeiro do trono davídico, já que era neto de Jeoaquim (I Cr
3.14-19), e serviu como governador
de Judá, ao rei persa Dario I. Havia entre os judeus certa expectativa de que
ele teria um papel messiânico. Sem dúvida alguns esperavam que ele
estabelecesse o reino prometido e os libertasse da escravidão, já que mesmo
habitando em Jerusalém, continuavam sob o domínio persa. Embora as funções de
Zorobabel fossem primordialmente seculares, ele é descrito em Esdras,
juntamente com o sacerdote Josué, como a força por trás da reconstrução do
templo de Jerusalém. Governador sob o controle do rei persa, Zorobabel era
responsável por manter a lei e a ordem e pela cobrança de impostos. Embora
fosse o último herdeiro da linhagem de Davi, que serviu como governador,
arqueólogos encontraram um selo de Selomite (alistada como filha de Zorobabel
em (I Crônicas 3.19), onde
é designado como esposa oficial de Elnatã, o governador que, acredita-se, ter
sido o sucessor de Zorobabel.
JOSUÉ
Josué foi o sumo
sacerdote no início do período pós-exílico. Seu avô, Seraías, fora executado
por Nabucodonosor quando Jerusalém foi tomada pelos babilônios (2 Rs
25.18-21)). Esdras também descende
da linhagem de Seraías (Ed 7.1). O herdeiro do trono de
Judá, Zorobabel, era governador, mas, uma que vez Judá ainda estava sob o
controle persa, havia restrições quanto à extensão de seu governo, para que não
interferisse nos domínios persas. Conseqüentemente, o governo na comunidade
ficava dividido entre o governador e o sumo sacerdote, tendo este um papel de
maior destaque. Pouco se sabe a respeito de Josué, exceto que foi um dos
líderes que ajudaram a reconstruir o templo. Não há referencias extra bíblicas
em relação a ele.
6
- Conclusão
O Livro de Ageu chama a atenção para os
problemas mais comuns que as pessoas enfrentam ainda hoje. Ageu nos pede para:
·
Examinar
nossas prioridades a fim de vermos se estamos mais interessados em nossos
próprios prazeres do que em fazer a obra de Deus,
·
Rejeitar uma
atitude derrotista quando nos deparamos com oposição ou situação desanimadora,
·
Confessar
nossos fracassos e buscar viver uma vida pura diante de Deus;
·
Agir
corajosamente por Deus porque temos a certeza de que Ele está sempre conosco e
está em pleno controle de nossas circunstâncias.
·
Descansar
seguro nas mãos de Deus sabendo que Ele vai nos abençoar abundantemente quando
o servimos fielmente.
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