3º Livro Poético - Provérbios

Autor: Salomão é tido como o grande autor do livro de Provérbios e isso pode ser atestado pelo relato em 1 Reis 4:29-34, embora intervieram outros autores como: Agur e Lemuel.

Data: Entre o período de  982 a 961 a.C.

Local: Jerusalém, Arábia.

Palavra-Chave: Sabedoria

 

Para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor. Os tolos desprezam a sabedoria e não querem aprender. (Provérbios 1:7)

 

1 – Introdução

 

Provérbios vem do hebraico Paroimia, que significa alegoria, parábola, discurso, refrão. O livro de Provérbios é uma coleção de máximas de inspiração divina, e como resultado da experiência de observação humana. Em geral, revela a sabedoria do Senhor para o andar diário.

As parábolas eram escritas em forma de enigma para que o mestre pudesse ensinar e o ouvinte refletir até o ponto de compreender sua mensagem. Era um estilo muito usado entre os hebreus, inclusive por Jesus. Não era uma regra a ser decorada, mas um ensinamento a ser entendido.

Você certamente conhece algum ditado popular ou algum provérbio popular, como também são conhecidos. Alguns como, ‘água mole em pedra dura tanto bate até que fura’, são bem famosos. Alguém sem muita intimidade com a Bíblia poderia pensar que o livro de Provérbios é uma coletânea desses ditados, porém os Provérbios bíblicos vão além de simples ditados ou frases de efeito, pois são a  Palavra de Deus apta para discernir os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4.12).

De modo semelhante à maioria dos povos orientais antigos os judeus costumavam ensinar através de provérbios, pois suas frases eram de natureza fácil de memorizar e condensavam muita sabedoria num espaço resumido. Alguns claros exemplos encontraram em:

 

3.31 “Não tenham inveja dos violentos, nem faça o que eles fazem”

20.18 “Procure bons conselhos e você terá sucesso; não entre na batalha sem antes fazer planos”.

21.23 “Se você não quer se meter em dificuldades tome cuidado com o que diz”.

2 – Contexto do Livro

 

O Antigo Testamento hebraico é dividido em três partes: a Lei, os Profetas e os Escritos (Lc 24.44). Na terceira parte estavam os livros poéticos e sapienciais, a saber: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes etc. Semelhantemente, o Israel antigo tinha três categorias de ministros: os sacerdotes, os profetas e os sábios. Estes últimos eram especialmente dotados de sabedoria e conselho divinos a respeito de princípios e práticas da vida.

O ensino mediante provérbios era popular naqueles tempos, em virtude da sua grande clareza e facilidade de memorização e transmissão geracional. Assim como Davi é o manancial da tradição salmódica em Israel, Salomão é o manancial da tradição sapiencial em Israel (ver 1.1; 10.1; 25.1). Conforme 1 Rs 4.32, Salomão produziu 3.000 provérbios e 1.005 cânticos.

Outros autores mencionados por nome em Provérbios são Agur (30.1-33) e o rei Lemuel (31.1-9), ambos desconhecidos. Autores outros estão subentendidos em 22.17 e em 24.23. A maioria dos provérbios teve origem no século X a.C., porém a provável data mais antiga para a conclusão deste livro seria o período de reinado de Ezequias (700 a.C.). A participação dos homens de Ezequias na compilação[1] dos provérbios de Salomão (25.1—29.27) talvez remonte a 715—686 a.C., durante o avivamento espiritual liderado por esse rei temente a Deus. É possível que os provérbios de Agur, de Lemuel e os outros “sábios” também tenham sido compilados nesse período.

O livro é um exemplo da tradição sapiencial bíblica e levanta questões sobre valores, comportamento moral, o significado da vida humana e uma conduta direita. O tema recorrente é que "o temor a Deus — a submissão à vontade de Deus — é o princípio da sabedoria".

O povo hebreu era regido pelo código da Aliança. Embora o livro de Provérbios não cite claramente este tema, isso fica evidente na maneira como o autor aplica os fundamentos da fé em uma grande variedade de situações do dia a dia do israelita. O livro se aplica como um comentário estendido das leis as aliança, cuja ênfase era o amor (Lv. 19:18; Dt. 6:5).

A lei da aliança exigia obediência irrestrita aos seus termos, e Provérbios chama esta obediência de “o temor do Senhor” (Pv. 1:7; 2:5; 9:10). Destaca a reverência, a gratidão e o compromisso com Javé nas atitudes domésticas do povo hebreu.

 

3 - Estrutura e Conteúdo do Livro

 

Com relação ao seu conteúdo, o livro de Provérbios trata dos seguintes temas:

·         A sabedoria vem do temor do Senhor;

·         Os provérbios instruem acerca de preceitos básicos da vida e não se constituem em promessas;

·         O caminho da sabedoria conduz à vida.

O livro de Provérbios transmite a ideia de que a sabedoria é mais valiosa do que os tesouros da Terra.  E, justamente por esta razão, ela deve ser absorvida pelos ensinos dos mais velhos e dos pais (Pv. 1:8-9). Portanto, a sabedoria se torna hereditária (Pv. 4:1-9). A essência de Provérbios é o desejo de aplicar o “temor do Senhor”, fruto da Aliança, ao dia a dia.

As coleções de provérbios explicam como Deus forma a conduta do justo, ou sábio,  a partir de uma exposição da Torá aplicada no cotidiano.

 

O livro pode ser dividido em quatro partes:

 

1) Os Provérbios de Salomão (1 – 24)

Nesta primeira parte destacam-se conselhos para a sabedoria prática, o conhecimento, o temor de Deus, a disciplina e o discernimento. Há também advertências contra a má companhia, contra rejeitar a disciplina de Deus e contra as relações indevidas com mulheres estranhas. Outros assuntos como honestidade, fidelidade, generosidade, integridade, justiça e modéstia também são abordados.

 

2) Os Provérbios de Salomão copiados pelos homens de Ezequias (25 – 29)

Nesta parte aparecem conselhos relevantes sobre assuntos como honra, paciência, inimigos, como lidar com os ‘mais difíceis’, ciúme, ferimentos causados por um amigo, fome, calúnia, responsabilidades, juros, confissão, consequências do domínio dum governo mau, arrogância, bênçãos decorrentes dum governo justo e relacionamento com empregados.

 

3) As Palavras de Agur (30)

O escritor faz referência à incapacidade do homem de criar a terra e as coisas que há nela. Diz que a Palavra de Deus é refinada e é um escudo. Pede que seja afastada dele a palavra mentirosa e que não lhe sejam dadas nem riquezas nem pobreza.

 

4) As Palavras do Rei Lemuel (31)

É o último capítulo do livro e tem praticamente duas partes. A primeira anuncia a ruína à qual se pode chegar por meio de uma mulher má, adverte como a bebida pode perverter o julgamento. Na outra parte, faz-se uma bela descrição de uma esposa exemplar.

 

3.1 - Personagens de Provérbios

 

Em Provérbios aparecem três tipos de pessoas:

 

1) A Pessoa Insensata

É aquela pessoa que é densa, descuidada, superficial e procura a autossatisfação. Despreza a instrução (1.7,22), confia muito em si mesmo (12.15), fala sem pensar (29.11), acha que sabe de todas as coisas (21.24) e debocha do pecado (14.9).

 

2) A Pessoa Sábia

Bem diferente da insensata, a pessoa sábia ouve a instrução (1.5), obedece ao que ouve (10.8), é humilde (9.9), guarda a instrução recebida (10.14), ganha outras pessoas para o Senhor (11.30), foge do pecado e se desvia do mal (9.4-6,10), controla sua língua e cuida do que fala (16.23), é diligente e esforçada no seu trabalho diário (10.5).

 

3) A Pessoa Preguiçosa

A preguiça é uma forma de insensatez, pois não começa a fazer nada, não completa nada e não enfrenta nada. (6.9-10, 12.27, 19.24, 22.13, 26.13-16).

 

4 – Esmiuçando o Livro

 

Neste livro, o estilo de expressão é a poesia hebraica, que consiste não em rima de versos, mas em pensamentos paralelos. Muitas vezes as linhas de paralelo formam um contraste, como é o caso de Provérbios 10:28, que diz: “A esperança dos bons traz alegria, mas os planos dos maus dão em nada.” Em outros casos, as expressões paralelas são sinônimas, como se nota nestas palavras de Provérbios 18:15: “A pessoa sábia está sempre ansiosa e pronta para aprender”.

O propósito do livro de Provérbios é explicado logo no seu começo, onde lemos:

 

Os provérbios de Salomão, filho de Davi, Rei de Israel, para se conhecer sabedoria e disciplina, para se discernirem as declarações de entendimento, para se receber a disciplina que dá perspicácia, justiça e juízo, e retidão, para se dar argúcia aos inexperientes, conhecimento e raciocínio ao moço. (Pv 1:1-4)

 

O livro de Provérbios dirige muito dos conselhos aos jovens, pessoas “inexperientes”, cujo coração está aberto para todo o tipo de influência e que são desencaminhados facilmente. Precisam chegar a estimar a “sabedoria”, que envolve ver as coisas como elas realmente são e saber dar a este conhecimento um uso prático. “Disciplina” também é necessária, tanto na forma de autodomínio como na forma de punição imposta por outros. — Pv 1:1-4; 2:7, 10-13; 4:1, 5-7, 13.

Consideremos alguns exemplos de conselhos sábios disponíveis no livro de Provérbios.

4.1 - COISAS QUE DEUS ODEIA         

 

Os que desejam saber o que é certo e o que é errado se deparam com uma quantidade espantosa de opiniões diferentes. Os provérbios podem ajudar a esclarecer a confusão.

Por exemplo, em apenas quatro pequenos versículos que se seguem, aprendemos a respeito de certas atitudes mentais e as ações correspondentes que Deus odeia:

 

Existem sete coisas que o Senhor Deus detesta e que não pode tolerar: o olhar orgulhoso, a língua mentirosa, mãos que matam gente inocente, a mente que faz planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, a testemunha falsa que diz mentiras e a pessoa que provoca brigas entre amigos. (Pv 6:16-19).

 

A intensificação de um número pelo número seguinte, mais alto, é usada muitas vezes pelos escritores bíblicos. (Jó 5:19; 33:29; Pv. 30:15, 16, 18, 19, 21-31; Is 17:6; Am 1:3, 6, 9, 11, 13; 2:1, 4, 6) Em Provérbios 6:16-19, os números não devem ser entendidos literalmente, como se dissesse que Deus odeia apenas seis ou sete coisas. As sete categorias são básicas e abrangem todos os tipos de atos errados. As primeiras seis concentram-se em três tipos de procederers errado — em pensamento, em palavra e em ação.

Especialmente odioso é o sétimo tipo de indivíduo mencionado. Ele deriva intenso prazer de atiçar contenda entre pessoas que de outro modo viveriam juntas pacificamente. O aumento de seis para sete, sugere que os humanos sempre continuam multiplicando seus atos maus.

Quando alguém chega a entender que o Criador encara o orgulho, a intriga e a mentira no mesmo nível do derramamento de sangue e outros atos violentos, deve sentir-se motivado a fazer mudanças vitais nele mesmos, pois o resultado será, melhores relações com outros e maior alegria em cada dia da sua vida.

4.2 -  LIDAR COM A IRA

 

Uma das causas mais frequentes do sofrimento entre as pessoas é a ira descontrolada. Muitos acham que entregar-se à ira é evidência de força. Mas a Palavra de Deus declara exatamente o contrário, dizendo: Vale mais ter paciência do que ser valente; é melhor saber se controlar do que conquistar cidades inteiras (Pv. 16:32). Embora os guerreiros que capturam uma cidade demonstrem muita força, controlar o temperamento exige força e coragem ainda maiores.

Como pode alguém continuar a manter o seu temperamento sob controle? O livro de Provérbios oferece esta excelente orientação: “Não faça amizade com pessoas grosseiras ou violentas; você poderá pegar os seus maus costumes e depois não conseguirá livrar-se deles. (Pv 22:24, 25).

“A resposta delicada acalma o furor, mas a palavra dura aumenta a raiva”. (Pv 15:1).

“O começo de uma briga é como a primeira rachadura numa represa: é bom parar antes que a coisa piore”. (Pv 17:14)

Todas estas declarações incentivam a fugir de situações que suscitam a ira desde o começo. Todas as pessoas ocasionalmente tendem a se exaltar de maneira imprudente. Exigem excessivamente dos outros, ou talvez digam ou façam algo que ofenda. Por isso, o melhor seria manter o controle e não deixar a ira dominar a situação.

 

4.3 - EVITAR A PREGUIÇA

 

O livro de Provérbios tanto recomenda o trabalho árduo como desencoraja a preguiça. O escritor inspirado declara: “O preguiçoso fica em casa e diz: “Se eu sair, o leão me pega.” (Pv. 22:13)

Para evitar o trabalho, o preguiçoso inventará desculpas fantásticas, tais como a que um leão entrou na cidade e que ele pode ser morto se sair.

Três outros provérbios salientam como alguém não disposto a trabalhar afeta a si mesmo e a outros: Nunca mande um preguiçoso fazer alguma coisa; ele será tão irritante como vinagre nos dentes ou fumaça nos olhos. (Pv 10:26).

 

4.4 - A NECESSIDADE DE DISCIPLINA

 

Visto que os humanos são imperfeitos e inclinados à lei do menor esforço, a maioria das pessoas rejeita a disciplina. O livro de Provérbios incentiva uma atitude diferente, dizendo: “Preste atenção no que lhe ensinam e aprenda o mais que puder”. (PV 23:12)

Disciplina aqui significa tanto autodomínio como correção administrada por outros.

Frequentemente é dada através de “declarações de conhecimento”, isto é, expressões vindas de alguém com conhecimento e que serve para informar outros. Às vezes, porém, a disciplina precisa ser mais firme do que simples palavras. “Os castigos curam a maldade da gente e melhoram o nosso caráter”. (Pv 20:30).

A disciplina firme, quando aceita no espírito correto, não só contém os atos ruins, mas também motiva a pessoa a fazer uma mudança íntima, para melhor.

 

A respeito da disciplina dos filhos pelos pais, lemos: “Não deixe de corrigir a criança. Umas palmadas não a matarão. Para dizer a verdade, poderão até livrá-la da morte”. (Pv 23:13, 14)

“Quem não castiga o filho não o ama. Quem ama o filho castiga-o enquanto é tempo”. (Pv 13:24).

É claro que a disciplina precisa ser administrada sempre com autodomínio e não num acesso de ira. E não será necessário usar todas às vezes a punição física. Em várias ocasiões, apenas umas poucas palavras de conselho sábio são suficientes. “Quem tem juízo aprende mais com uma repreensão do que o tolo, com cem chicotadas”. (Pv 17:10).

 

4.5 - EVITAR A IMORALIDADE SEXUAL

 

O livro de Provérbios condena a imoralidade sexual.

Considere, por exemplo, as seguintes palavras de aviso:

 

As suas instruções são uma luz brilhante, e a sua correção ensina a viver. Elas livrarão você da mulher imoral e das suas palavras sedutoras. Não seja tentado pela sua beleza, nem caia na armadilha dos seus olhos tentadores. Qualquer homem pode ter uma prostituta por pouco dinheiro, mas o adultério custará a ele a sua própria vida. (Pv 6:23-26)

 

Aqueles que se empenham em atos sexuais imorais com frequência terminam na miséria. Os que procuram prazer sexual com uma “mulher prostituta” ou de outra maneira praticam fornicação talvez também paguem com a perda de sua saúde quando sucumbem diante das dolorosas e mutiladoras doenças venéreas.

O perigo é ainda maior quando alguém procura intimidades com o cônjuge de outra pessoa. Uma adúltera põe em perigo a “alma preciosa”, ou a vida, do seu parceiro ilícito. A respeito disso, o escritor inspirado acrescenta:

Será que você pode carregar fogo no colo sem queimar a roupa? Será que você pode andar em cima de brasas sem queimar os pés? O homem que dorme com a mulher de outro corre esse mesmo perigo. Quem fizer isso terá de sofrer muito. Quem rouba comida para matar a fome não é desprezado. Porém, se é apanhado, tem de pagar sete vezes mais: ele precisa entregar tudo o que tem. No entanto o homem que comete adultério não tem juízo; ele está se destruindo a si mesmo. Passará vergonha, levará uma surra e ficará desmoralizado para sempre. Porque o ciúme faz o marido ficar furioso, e a sua vingança não tem limites. Ele não aceitará nenhum pagamento; e mesmo uma porção de presentes não acabará com a sua raiva. (Pv 6:27-35)

 

4.6 - CUIDADO COM ‘A DOCE VIDA’

 

Para muitas pessoas, através da história, a principal coisa na vida tem sido à busca dos prazeres. Embora a Bíblia não desencoraje ninguém de se divertir, enfatiza a necessidade de se obter um conceito mais equilibrado das diversões “Não coma mel demais, pois você pode vomitar”. (Pv 25:16).

 Assim como comer mel literal demais pode deixar a pessoa fisicamente doente, assim o excesso de diversão voltada para a ‘doce vida’ pode levar à doença tanto física como espiritual. Além disso, o excesso de prazeres constante conduz a circunstâncias de extrema miséria. “Quem ama os prazeres passará necessidade; quem ama o vinho e a boa comida nunca ficará rico”. (Pv 21:17).

O que dizer da determinação de acumular riquezas?

O livro de Provérbios avisa que as riquezas não são seguras e podem desaparecer subitamente. Lemos: “Não se mate de trabalhar, tentando ficar rico, 5nem pense demais nisso. Pois o seu dinheiro pode sumir de repente, como se tivesse criado asas e voado para longe como uma águia”. (Pv 23:4, 5)

Visto que fortunas imensas podem ser perdidas rapidamente por serem manejadas deficientemente ou por circunstâncias imprevistas, as Escrituras admoestam as pessoas a dirigir seus esforços na direção de alguma coisa mais segura do que a busca das riquezas. Observe atentamente este conselho:

 

Cuide das suas ovelhas e do seu gado o melhor que puder porque tanto as riquezas como os governos não duram para sempre. Primeiro você corta o feno; depois corta o capim dos montes enquanto espera que o feno cresça de novo. Aí você pode fazer roupas com a lã das suas ovelhas e comprar mais terras com o dinheiro que ganhou com a venda de alguns cabritos. E as cabras darão leite com fartura para você, e para a sua família, e também para as suas empregadas. (Pv 27:23-27).

 

Nem as riquezas materiais, nem uma posição de destaque garantem segurança real. Tempo, esforço e dinheiro investidos em negócios com frequência se perdem devido ao fracasso de empreendimentos arriscados. Acontecimentos inesperados podem causar o desaparecimento súbito tanto da riqueza como da posição respeitável.

Por outro lado, esforços empregados na criação de animais domésticos não resultam em decréscimos, mas geralmente resultam em acréscimos para o proprietário. Deus provê “vegetação” abundante para alimentar os animais domésticos.

Através da história humana os cuidados diligentes na criação de animais têm provado ser, de maneira constante, mais seguro como meio de se obter alimento, roupa e rendimentos do que as riquezas ou a proeminência. Daí, o sábio conselho: “Devias conhecer positivamente a aparência do teu rebanho.” O princípio nestas palavras pode ser aplicado hoje ao trabalho diligente em qualquer campo de trabalho seguro.

O livro de Provérbios, embora escrito há milhares de anos, contém orientação incomparável para as pessoas que vivem hoje. Embora cada provérbio tenha apenas algumas palavras, sua sabedoria abundante pode fazer a sua vida perdurar de maneira segura e feliz.

5 - Conclusão

 

Provérbios foi o segundo livro que Salomão escreveu, ele tinha meia-idade, e seu modo de escrever, difere do primeiro livro (Cantares).

O mesmo Salomão que dizia: "Agradáveis são as tuas faces entre os teus enfeites, o teu pescoço com colares, enfeites de ouro te faremos" em Cantares 1:10, agora em Provérbios 5:8-10 , ele diz: "O homem tem que fugir de várias mulheres, para que não perca sua fortuna".

Embora seja do mesmo autor, não parece ser a mesma pessoa que escreveu esses dois textos, pois agora Salomão está numa nova fase da sua vida, e nesse livro ele deixa muitos conselhos aos jovens, para que não cometam os mesmos erros que ele cometeu em sua juventude. Deixa de ser um livro escrito por um apaixonado, e passa a ser um livro escrito por um sábio, é um livro que tem muita instrução para os que o leem.

Nele podemos perceber a sabedoria de alguém que aprendeu com os erros e que achou importante perpetuar sua experiência.

Talvez tenha escrito num momento de profunda reflexão, e resolveu perpetuá-los através de frases a fim de que a humanidade aprendesse com seus erros, e esses erros, viraram ensinamentos que ganharam destaque na Palavra de Deus, para nós hoje.



[1] Esse nome é dado a reunião de documentos antigos a um mesmo rolo ou livro. É provável que no tempo do rei Ezequias, os escribas tenham reunido os melhores provérbios de Salomão juntamente com os de outros sábios e compilado para um rolo que deu origem ao livro de Provérbios mais tarde.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

3º Livro Histórico - Rute

9º Livro Histórico - Ester

4º Livro do Pentateuco - Números