4 º Livro Histórico - 1 e 2 Samuel
Data: 1115 – 985 a.C
Autores: Samuel, Natã e Gade (Crônicas 29:29
sugere-nos)
Local: Israel
Palavra-Chave: Obediência
Curiosidade: Samuel estabeleceu um selo marcante na história de Israel como juiz, governante,
profeta e no culto a Yahweh. A Escritura o põe ao nível de Moisés e Arão (Sl 99:6; Jr 15:1)
“— O que é que o Senhor Deus
prefere? Obediência ou oferta de sacrifícios? É melhor obedecer a
Deus do que oferecer-lhe em sacrifício as melhores ovelhas. A revolta
contra o Senhor é tão grave como a feitiçaria, e o orgulho é
pecado como é pecado a idolatria. O Senhor o rejeitou como
rei porque você rejeitou as ordens Dele”. (1 Samuel, 15:22-23)
1 – Introdução
Os livros de Samuel, na verdade, formam apenas um livro, pois na versão
hebraica não há essa divisão. Nós fazemos essa divisão, colocando 1º Livro como
o fim do período de Juízes, e o início da monarquia, tendo como último juiz,
Samuel, que unge os dois primeiros reis de Israel, e o 2º Livro como o livro de
Davi. Essa divisão foi feita para facilitar o manuseio, já que antigamente, os
livros eram em forma de rolos. Tanto a Vulgata[1] quanto a Septuaginta[2] já constava com esta
divisão.
Os livros giram em torno da mudança na vida nacional de Israel, que tem
como personagens principais: Samuel, Saul e Davi. Saul foi o primeiro rei de
Israel, e Davi foi escolhido por Deus para que sua descendência viesse Jesus
Cristo, o Filho de Deus ao mundo.
2 - Divisão e Estrutura do Livro
O livro de Samuel está dividido da seguinte maneira:
·
Histórias de Samuel – 1
Sm 1:1 – 4:1a
·
Histórias da Arca da Aliança – 1 Sm 4:1b – 7:2
·
A instituição da monarquia e reinado de Saul – 1 Sm 7:3 – 15:35
·
A Ascensão e reinado de Davi – 1 Sm 16:1 – 2 Sm 5:10
·
Os sucessos de Davi e a consolidação do reinado – 2 Sm 5:11 – 9:13
·
Os fracassos de Davi e a dificuldade de manter o poder – 2 Sm 10:1 – 24:25
Os
livros de Samuel relatam o período de transição da teocracia para a monarquia,
e o seu estabelecimento. A história começa nos dias finais dos juízes, com Eli,
penúltimo juiz de Israel; Samuel, último juiz e primeiro profeta, e nos deixa
com o velho Davi firmemente entronizado como rei de Israel e de Judá. Samuel e
Saul são os outros dois grandes personagens do livro.
Saul,
o monarca, é um personagem enigmático. Era homem de extraordinária coragem,
contudo lhe faltava à perseverança, ingrediente essencial para a grandeza. Saul
preferiu fazer a vontade do povo, com medo de perder sua popularidade do que
fazer a vontade de Deus. Morreu em plena guerra, suicidando-se para não ser
massacrado pelos inimigos.
Davi
é um dos grandes personagens da história Bíblica. Como Saul, procedia de
família humilde, mas era dotado de atributos de ordem superior. Tinha o coração
que agradava a Deus. Era um líder nato, capaz de conseguir e manter a lealdade
de seus subordinados. Alguns de seus servos mais fiéis provinham de lugares
situados fora de Judá e de Israel. Itaí, por exemplo, era oriundo de Gate dos
filisteus.
Davi
era administrador prudente e podia julgar com acerto a natureza humana. Sua
capacidade de tomar decisões rápidas fica bem demonstrada na solução do delicado
problema que surgiu com respeito à Melfibosete (2 Sm 19:24).
Era
poeta altamente inspirado; suas canções de louvor enriqueceram a adoração,
primeiro do templo, e depois da igreja cristã. Pelos seus salmos pode-se
perceber porque Deus o considerava um homem segundo o Seu coração.
O Segundo Livro de Samuel conta a sua história, que foi rei de Judá, no
Sul (capítulos
1-4). Depois ele foi rei de toda a nação, incluindo Israel, no
Norte (capítulos
5-24). O livro narra as lutas de Davi contra os inimigos de dentro e de fora,
para se firmar no poder e para estender o seu reino.
Davi era um homem de profunda fé e devoção a Deus e como líder foi capaz
de conquistar a lealdade do seu povo. Mas ele também cometeu pecados de
crueldade e violência, que a Bíblia não esconde. Porém, quando Natã, o profeta,
apontou a Davi os seus pecados, ele os confessou e aceitou o castigo de Deus.
A vida e as realizações de Davi impressionaram profundamente o povo de Israel.
Tanto que, mais tarde, nos tempos de angústia, quando precisavam de outro rei,
eles pediam "um filho de Davi". Desejavam um rei descendente de Davi,
que fosse igual a ele.
3 - Teologia do Livro
Da leitura desses livros, bem como da dos outros livros históricos do
Antigo Testamento, aprendemos que a fé em Deus traz bênçãos enquanto que a
desobediência leva à desgraça. Esta verdade foi dita pelo próprio Deus ao
sacerdote Eli:
“...respeitarei
os que me respeitam, mas desprezarei os que me desprezam" (1
Samuel 2.30).
Assim como todos os livros da Bíblia, os livros de Samuel nos mostram
que a desobediência a Deus sempre resulta em castigo, pois é a consequência do
pecado.
·
Eli morreu daquela forma, porque foi conivente com
o pecado de seus filhos, pois ouviu a voz de Deus e nada fez, como se não
tivesse nenhuma responsabilidade sobre seus filhos e assim Deus tirou-lhes a
vida (1
Sm 2:12-36; 4:12-22);
·
Saul perdeu seu reinado porque deu ouvidos à
vontade do povo e não a de Deus. Primeiro sacrificou no lugar de Samuel, para
que o povo não dispersasse. Depois, guardou os despojos de guerra porque o povo
queria, contrariando a vontade de Deus (1 Sm 13:8-15; cap.15-17)
·
Davi perdeu seu filho porque matou Urias para ficar
com sua esposa (2
Sm 12:14-31). Davi errou outras vezes, como não obedecer à lei de Deus em relação ao
seu filho Absalão (2 Sm 13:13-37; 15:12), que mais
tarde se voltou contra ele (2 Sm 15). Quando o coração de Davi se exaltou ao fazer o
censo de Israel, Deus também se levantou, não só contra Davi (2 Sm 24 e 1 Cr
21); Mas apesar dos seus erros, Davi mostrou-se um homem diferente todavia,
seu poder de resistência não fosse maior do que o dos outros mortais. Mesmo
levando-se em consideração a época em que viveu, devemos admitir que apesar de
suas fraquezas, percebeu claramente os propósitos de Deus para seu povo, e
previu a vinda do Rei messiânico, a quem ele, em sua vida, representou de modo
imperfeito.
4 - Contexto Histórico
Para entender a parte histórica dos livros de Samuel, é necessário
conhecer a história bíblica desse período.
As Doze tribos de Israel estavam desorganizadas e o perigo para com os outros povos, obrigou-as
a unirem-se. A conclusão lógica deste processo seria o estabelecimento de uma
monarquia centralizada.
O livro relata a existência de duas visões opostas sobre o surgimento da
autoridade política central. A primeira é contrária e hostil à monarquia (1 Sm 6:1; 10:17-27) e era a visão, mais democrática, das tribos do Norte, que viviam
em terras mais produtivas. A segunda, favorável à monarquia (1 Sm 9:1-16; 11:1), representa a visão da tribo de Judá, que
vivia em terras menos produtivas. Considerando as duas versões, pode-se
concluir que a união das tribos através de um governo único, supriria as
necessidades do povo.
Os inimigos territoriais de Israel — Moabe, Edom e Amon — também haviam se
organizado em forma similar antes que os israelitas chegassem a Canaã. Outro inimigo de Israel,
a Assíria, também tinha um governo
monárquico.
Os reis de Israel são retratados nestes livros como cabeças legais e visíveis
dum estado nacional organizados. No entanto, compreende-se que a transição não
foi abrupta, mas seguiu-se de forma gradual. Logo depois do período dos juízes, Deus escolhe
o rei de Israel, Saul. O apoio e a direção de Deus
sobre este israelita levam-no a alcançar grandes realizações. Esta nova
instituição real aparece logo depois da vitória de Israel sobre Amom relatado
em 1 Sm 11:1. Logo após, o
reinado de Saul recebe reconhecimento como
autoridade nacional.
Apesar da direção teocrática que a Bíblia outorga aos reis de Israel, percebe-se que houve um
desvio de proceder da parte de muitos destes, o que incluiu o rei Saul.
5 -
Propósito do Livro
Apesar da ênfase histórica, o principal objetivo do livro de Samuel é
teológico, isto é, ele não foi redigido apenas para documentar a história
propriamente dita, mas para mostrar como se deu a aliança com o Rei Davi e como
a autoridade divina é obedecida ou desobedecida, bem como suas consequências.
5.1 - A arca da aliança
A arca da aliança era o objeto religioso mais importante de Israel, pois
representava a presença de Deus no meio do Seu povo.
Os ídolos foram proibidos por Deus para evitar a manipulação da
divindade pelas pessoas, entretanto a arca, por vezes, passou pelo mesmo
problema. Lemos no relato de 1
Sm 4 que os filhos de Eli
tentaram usá-la para esta finalidade, pois, em tese, a divindade israelita não
se deixaria capturar pelos inimigos. Deus, entretanto, não se deixa manipular,
então a arca não foi capturada, mas deixou Israel pela vontade de Deus (1 Sm 4:21).
A autonomia da arca, que operava somente por ordem de Deus, foi provada
quando ela retornou a Israel numa carroça sem condutor (1 Sm 6:10-16). A arca não deveria ser tratada apenas
como uma relíquia. Os episódios da praga entre os filisteus (1 Sm 5), das mortes em Bete-Semes por sua
profanação (1
Sm 6:19-20) e o castigo de
Uzá (2 Sm 6) mostram que Deus se manifestava por
meio da arca independentemente de qualquer vontade humana. Por isso, sua
instalação em Jerusalém, por ocasião da conquista de Davi, não foi um mero
ritual, mas sim a aprovação divina do reinado de Davi.
O Salmo 78 dá detalhes sobre a teologia da
arca.
5.2 - Monarquia
A monarquia em Israel era uma premissa divina (Jz. 8:23; 1 Sm. 8:7). O rei deveria manter a justiça, o
padrão ético do decálogo (dez mandamentos)
No período dos juízes Deus convocava um libertador para executar este
propósito, porém o povo considerava a monarquia mais durável, desta maneira não
haveria a necessidade de esperar um próximo libertador.
Não havia nada de errado em pedir um rei, pois era propósito de Deus que
isso acontecesse (Dt.
17:14-20). Porém, foi a expectativa
do povo de achar que o rei teria sucesso onde Deus não tivera que recebeu sua
reprovação de Deus. Veja em 1
Sm 8:20 a perspectiva
do povo sobre o primeiro rei de Israel e compare com o relato apresentado
em 1 Sm 17.
A conclusão é que o rei não lutou as batalhas pelo povo, mas o Senhor
venceu a batalha pelas mãos de Davi. Inclusive a recompensa que Saul oferece
para quem lutasse, prova sua indisposição à guerra. O verdadeiro rei entendia
que quem luta e vence é o Senhor, portanto a monarquia não substituía o governo
de Deus, mas representava Sua própria atuação no meio do povo.
5.3 - A aliança Davídica
A aliança de Deus com Davi é um tema importante no Antigo Testamento, e
suas implicações o transcendem, por isso temos de analisar três aspectos dessa
aliança:
a) A promessa de Deus a Davi – A promessa de Deus feia a Davi é semelhante à promessa feita a
Abraão. A tabela abaixo demonstra isso:
Promessa |
Abraão |
Davi |
Tornar o nome famoso |
Gn.
12:2 |
2 Sm.
7:9 |
Dar terra |
Gn.
12:7 |
2 Sm.
7:10 |
Segurança |
Gn 12:3 |
2 Sm.
7:10-11 |
De acordo com a tabela acima verificamos que a promessa de Deus a Davi é
englobada pela promessa feita a Abraão, havendo uma espécie de subordinação
daquela a esta.
A partir de 2
Sm. 7:12 temos uma
distinção da promessa feita a Davi, quando menciona-se que o descendente de
Davi seria seu sucessor, ainda que haja certa semelhança com a promessa de
descendentes feita a Abraão. A descendência de Davi teria a oportunidade de
ocupar o trono sucessivamente.
Embora a Bíblia mencione que esta aliança seria eterna, fica claro que,
no caso da quebra desta aliança por parte do homem Deus também estaria
desobrigado de cumprir Sua parte. Para outros exemplos do uso do termo “para
sempre” veja os seguintes textos: 1
Sm. 1:22; Dt. 15:17; Jr. 17:4. A promessa continha o aspecto da disciplina e não da rejeição como
fora com Saul (2
Sm. 7:14). O texto
de 2 Sm. 7:29 demonstra que Davi entendeu os
termos da aliança quando pediu que Deus abençoasse sua descendência
continuamente.
b) A natureza da Aliança – O texto de 2
Sm 7 não impõe
condições à aliança davídica, mas observamos em outros textos que esta aliança
estava sujeita à renovação de tempos em tempos, apresentando um caráter
condicional: 1
Rs 2:4; 6:12; 9:4-5. Em 1
Reis 8:25 Salomão declara
ter conhecimento da cláusula condicional da aliança feita a Davi. Estes textos
comprovam que o termo “para sempre” deve ser entendido como indefinido, isto é,
por tempo indeterminado. Os registros bíblicos nos dão conta de que a promessa
a Davi foi cumprida, mas, dali para frente caberia a seu filho cumprir sua
parte neste acordo.
c) Os impactos da Aliança – A aliança foi anulada com a desobediência de Salomão? O texto
de 1 Rs 11:32-39 trata sobre este assunto. Aqui
vemos a bondade e graça de Deus, pois Salomão poderia ter seu reinado
terminado, mas Deus, por amor a Davi, permitiu que Salomão fosse até o fim.
Em 1 Rs 11:38 um acordo semelhante foi feito
com Jeroboão, e aqui temos a reafirmação da promessa feita a Davi (2 Cr 21:7 e Sl 89) e o despontar da esperança
messiânica, que traria a restauração da aliança davídica.
Jr
33:14-22 é o texto no
Antigo Testamento que tratará de forma mais clara sobre este tema: o messias
que trará a renovação da aliança davídica. Durante todo este tempo não houve
mais um rei davídico no trono de Israel, e o Novo Testamento reconheceu em
Jesus o descendente de Davi que traria esta renovação, conforme Mateus deixa
claro em seu evangelho. Ao satisfazer as condições que o Messias deveria ter, Jesus
abre o caminho para o reino que será eterno.
5.4 - Avaliação de Saul
Saul é conhecido em seu reinado, especialmente durante o destaque que o
texto dá a Davi, como alguém invejoso e atormentado. Entretanto nem sempre ele
foi assim. A Bíblia o descreve antes de seu reinado como alguém tímido, sincero
e agradável, ou seja, o tipo de pessoa que todos escolheriam para ser rei.
Em 1 Sm 10:10 temos a informação de que o
Espírito do Senhor o capacitou para reinar em Israel, contudo, em 1 Sm 16:14 o Senhor retirou seu Espírito de Saul, que
perdeu a capacidade divina de governar ao não tomar boas decisões e não
preservar a justiça.
Porém, antes mesmo do Senhor ter tirado seu Espírito de Saul, podemos
verificar que nem tudo estava bem com ele, pois, mesmo sendo sincero, sua
espiritualidade era superficial. Ele mostrou isso quando desconsiderou a função
de Samuel (1 Sm 9:10-15). Temos este veredicto também no
episódio que ele oferece o sacrifício antes da batalha (13:8-12), e no qual deixa de executar o rei Agague (15:13-35).
Quando, ao final de sua vida, Saul recorre à médium de En-Dor (1 Sm 28), fica provado que ele nunca entendeu alguns
princípios fundamentais da teologia hebraica. Provavelmente Saul jamais
entendeu que Deus era diferente dos deuses cananeus, que se deixavam manipular
pelo sistema religioso. Ele não era diferente em nada de um israelita comum
desta época, embora o rei, como representante de Deus ao povo, deveria o ser.
5.5 - Avaliação de Davi
A tendência natural
ao lermos os relatos bíblicos é desprezar a Saul e, em consequência desta
reprovação, aprovar incondicionalmente a Davi. É certo que a percepção
teológica de Davi era muito mais aguçada que a de Saul, contudo devemos saber
que Davi cometeu erros gravíssimos. Davi se deixava levar pelo momento, sem
refletir em suas consequências. A tabela abaixo ilustra bem este fato.
Pecado |
Consequência |
Referência |
Mentira |
Morte de inocentes |
1 Samuel 21-22 |
Raiva |
Risco de assumir o trono |
1 Samuel 25 |
Conspiração internacional |
Morte de civis |
1 Samuel 27 |
Cobiça |
Adultério e Assassinato |
2 Samuel 11 |
Negligência paterna |
Desunião familiar |
2 Samuel 13 e 14 |
Orgulho |
Devastação da nação |
2 Samuel 24 |
A despeito de todos
esses erros, a Bíblia mostra o quanto Davi amava a Deus e fora leal a Ele. A
Bíblia mostra seu profundo arrependimento e o quanto ele prezava as leis de
Deus. Por isso a opinião equilibrada do escritor dos livros de Samuel sobre
Davi é prova de que estamos sujeitos ao pecado e à falta de bom senso, porém a
devoção e o amor de Davi a Deus e Sua Lei eram o seu diferencial, pois uma vez
repreendido, arrependia-se e nunca mais cometia tal ato.
6 - Conclusão
Deus é misericordioso para perdoar até os pecados
mais hediondos quando realmente nos arrependemos. No entanto, a ferida causada
pelo pecado é deixada através de cicatriz. O pecado tem consequências naturais
e, mesmo depois de perdoado, Davi colheu as consequências.
Seu filho da união ilícita com a esposa de outro
homem foi-lhe tirado (2 Sm 12:14-24) e sofreu a miséria de uma
ruptura no seu relacionamento com seu Pai celestial (Sl 32 e 51).
Davi passou para a história como um modelo da
autoridade política justa. Por isso, mesmo com o fim da realeza, os judeus
permaneceram confiantes no ideal messiânico e ficou à espera do messias que
iria reunir o povo, defendê-lo dos inimigos e organizá-lo numa sociedade justa
e fraterna.
E o Novo Testamento identifica Jesus como esse descendente
de Davi, o Messias esperado, que veio para reunir todos os homens e levá-los à
vida plena, na justiça e fraternidade do Reino de Deus.
[1] Tradução
latina da Bíblia feita por são Jerônimo, nascido Eusébio Sofrônio Jerônimo (340-420),
que foi declarada a versão oficial da Igreja romana pelo Concílio de Trento (entre
os anos de 1546 a 1563). Esta versão demorou 40 aos para ser concebida,
enquanto ele morou em uma gruta em Belém e contava com a ajuda de um judeu para que pudesse ser o mais
original possível da língua hebraica.
[2]
A tradição relata como o rei Ptolomeu II do Egito estabeleceu uma vasta
biblioteca em Alexandria. E ele queria ter ali uma cópia das escrituras
hebraicas. Ptolomeu então enviou representantes à Jerusalém e convidou anciãos
judeus a preparar uma nova tradução grega do texto. Setenta e dois anciãos,
seis de cada uma das 12 tribos de Israel, chegaram ao Egito para atender ao
pedido. Eles foram levados à ilha de Pharos, onde, ao fim de 72 dias, seu
trabalho estaria concluído. O rei Ptolomeu ficou satisfeito com o resultado e
colocou o trabalho em sua biblioteca. Outra tradição acrescenta que todos os tradutores
foram colocados em salas separadas e instruídos a produzir seu próprio texto.
Quando a tarefa foi concluída, os tradutores compararam todos os textos e
descobriram que cada um era milagrosamente idêntico aos outros. O resultado
desse trabalho mais tarde ficou conhecido como Septuaginta (da palavra grega
relacionada a 70) e ficou especialmente popular entre os judeus de língua grega
durante os séculos que se seguiram.
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